Ottília Vianna Simões Frutuoso, nasceu no bairro das Laranjeiras, no Rio, filha de Reinaldo e Ottília,. Os pais eram católicos praticantes. O pai era presidente dos Vicentinos, um grupo da igreja Católica que cuida dos pobres.
Foi criada na fé católica com a Shirley, a irmã mais nova. Lá fez a primeira comunhão, a crisma e freqüentava regularmente as missas.
O pai trabalhava na fábrica de tecidos Aliança, que funcionava nas Laranjeiras. Quando Ottília tinha 5 anos de idade a fábrica Aliança fechou e o Sr. Reinaldo veio trabalhar numa outra fábrica de tecido, a Confiança, aqui em Vila Isabel. A família veio morar no bairro do Andaraí, na casa da avó Bárbara e da bisavó Sabina Dexter. Quando Ottília tinha 10 anos, o Sr. Reinaldo recebeu uma casa cedida pela fábrica Confiança para residir. A casa era na rua Maxwell nº 224, bem próximo da casa onde residia a família da Maria Tereza Rocha, a Terezona, sobrinha da Ottília. Seu futuro marido era irmão do pai da Maria Tereza.
Foi ali nas imediações da fábrica Confiança, quando tinha 14 anos, que conheceu o jovem Nelson Frutuoso, cujo pai também trabalhava na fábrica de tecido e morava na rua Artidóro da Costa com a família numa casa da fábrica. “Comecei a namorar o Nelson, meu primeiro e único namorado, quando eu tinha 14 anos. Com 16 anos ficamos noivos e aos 18 nós nos casamos. Nos primeiros anos de casados eu e Nelson moramos numa parte da casa onde eu e meus pais morávamos. A casa foi dividida e eu e Nelson ficamos com a metade da casa. Quando a vida melhorou um pouquinho fomos morar em Brás de Pina e depois voltamos a morar aqui na avenida 28 de Setembro, em Vila Isabel”, conta a Ottília.
Com o casamento, como era costume na época, a Ottília parou de estudar para dedi-car-se ao cuidado da casa e da família. Deixou também de ser bandeirante. “Eu adorava ser escoteira. Adorava os acampamentos, principalmente um que aconteceu na ilha de Brocoió, na baia de Guanabara. Toda garota deveria ter essa experiência”, diz a Ottília.
O esposo Nelson começou a sofrer do mal de Alzheimer. Em 1996 foi necessária a internação e ele ficou no Hospital Nossa Senhora do Socorro, no Caju, por 2 anos, até seu falecimento em dezembro de 1998.
“Foi uma época muito difícil e eu vivia muito ocupada cuidando do Nelson, mesmo ele estando no Hospital. Os amigos sumiram e nenhum amigo do Nelson ligou pra ele. Fomos abandonados. Foi nessa época que comecei a frequentar as reuniões de oração Tarde com Cristo aqui na Igreja Metodista de Vila Isabel nas quartas-feiras à tarde. Minha sobri-nha Maria Tereza Rocha e a minha amiga Djanira Saraiva, a Jane, é quem oravam por mim e me apoiavam. Aqui na Igreja recebi apoio e consolo durante a enfermidade do Nelson e depois também. Aqui senti a presença de Deus e o poder dele a me sustentar.” Ottília começou a frequentar os cultos dos domingos à noite, a Sociedade de Mulheres, a Escola Dominical e tornou-se membro da Igreja em abril de 1999. “Gosto muito dos cul-tos, da Escola Dominical, das reuniões da Sociedade de Mulheres e das atividades de ginástica do Ministério da Terceira Idade. Gosto muito da nossa Igreja”.
Ottília é mãe do Paulo César, que se recupera de um AVC, e do Marco Antônio, o mais novo. É avó do Guilherme, do Rafael e do Daniel, os 2 últimos, filhos do Marco Antônio.
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