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Wesley
Rio, 5/11/2007
 

John Wesley , o evangelista, e suas viagens a cavalo

José Carlos Barbosa


 

As estradas da Inglaterra do século XVIII nem sempre eram boas, ainda mais em algumas épocas do ano, quando se tornavam praticamente intransitáveis. Numa das viagens que Wesley fez à Kingswood, em outubro de 1741, antes de chegar a Lawrence Hill, o seu cavalo tropeçou, derrubou-o ao chão e caiu sobre ele. Episódios como esse foram muito comuns em seu ministério. A maior parte dos acidentes desta natureza não trouxeram grandes conseqüências. Ele sempre conseguia dar um jeito na situação e dar prosseguimento à viagem.

Nesta ocasião, a conseqüência do seu acidente foi inusitada. Duas mulheres que moravam ali perto e que assistiram a cena, vieram correndo socorrê-lo e o conduziram a uma casa vizinha, para cuidar dos seus ferimentos. Como não havia nenhum ferimento mais profundo, que exigisse maiores cuidados, em poucos minutos ele já estava plenamente restabelecido.

Após agradecer pelo socorro prestado ele se apresenta e conversa com os moradores da casa e com os demais que ali estavam. Fica sabendo que na casa havia 3 pessoas que tinham começado a andar nos caminhos do Senhor, mas tinham interrompido a jornada por causa dos estorvos provocados por Satanás. Aproveitando a oportunidade, ele conforta, dá ânimo aos irmãos e cita inúmeros trechos bíblicos estimulando-os a continuarem andando na fé.

No momento em que se viu conduzido por aquelas pessoas tão simples, tão generosas e com tantas dificuldades para caminhar na fé, ele levanta os olhos aos céus e proclama jubilosamente a sua gratidão pelos cuidados divinos. Ele diz: “Adoro a sabedoria de Deus”. Com esta frase ele estava, mais uma vez, manifestando a sua fé inabalável na providência divina, que permitiu que ele sofresse aquele acidente e interrompesse a sua viagem para cuidar de algumas vidas que estavam necessitando de auxílio.

No seu Journal ele anota que todas aquelas pessoas decidiram retornar ao caminho de Cristo. Mais tarde ele assinala que a decisão tomada foi tão firme que nenhum deles voltou atrás desde então.

24 de Outubro - VIDA EM PERIGO

Além das inúmeras quedas de cavalo e outros acidentes de menor proporção John Wesley também correu risco de vida em diversas ocasiões. Numa delas, no dia 24 de outubro de 1743, sábado, ele estava viajando de Epworth a Grimsby e no caminho, em Ferry, fortes chuvas impediam a travessia do rio Trent. Os barqueiros avisaram que era muito perigosa e temerária qualquer tentativa de atravessar o rio. Não havia a mínima garantia de que o barco conseguisse chegar com segurança ao outro lado.

Wesley sempre foi muito cuidadoso. Longe dele a eventualidade de ser imprudente e correr riscos desnecessários, mas a questão é que há compromissos importantes à sua espera. A congregação metodista em Grimsby aguarda a sua chegada. Preocupado com este fato, ele se dirige aos barqueiros e afirma que se eles estiverem dispostos a fazer a travessia, ele aceita correr o risco. Proposta aceita, além dos responsáveis pelo manejo do barco mais algumas pessoas também tomaram a decisão de aceitar o desafio. Eram 6 homens, 2 mulheres, além de 3 cavalos.

Muitas pessoas, que se recusaram a aceitar o desafio, ficaram na margem do rio, olhando preocupadas para o pequeno barco que enfrentava valentemente a correnteza, os ventos e a forte chuva. A primeira parte da travessia foi relativamente tranqüila. Entretanto, bem no meio do rio, a força das águas e das ondas produziu um movimento muito brusco e forte, adernando o barco e derrubando a todos, pessoas e cavalos, uns sobre os outros. O momento era crítico. Wesley, que esperava que, a qualquer momento, o barco fosse tragado pelas águas e afundasse, provavelmente se lembrou da sua primeira e fatídica viagem marítima, à Georgia, quando enfrentou uma situação muito mais dramática que aquela. Assustado com a possibilidade de que aquela situação tivesse um desfecho negativo ele calculou a distância que separava o barco da outra margem e reconheceu que havia possibilidade de atravessar a nado, caso houvesse o naufrágio. Além dos passageiros, também os barqueiros estavam assustados. Depois de muita luta o barco chegou a outra margem, sem que qualquer pessoa apresentasse ferimentos mais graves, a não ser pequenos arranhões. Um por um, todos desembarcaram, menos Wesley que não conseguia sair do lugar. No momento em que o barqueiro foi ajudá-lo a se levantar, reparou que suas pernas estavam presas por um pé de cabra. Depois de se desvencilhar e descer do barco ele se lembrou que se houvesse o naufrágio ele afundaria junto com o barco. Os barqueiros indagaram porque ele não se levantava e ele respondeu que sua perna estava imobilizada, impedindo qualquer movimento. Se houvesse a necessidade de nadar ele não poderia. Teria afundado junto com o barco. Graças a Deus pelo livramento.

Outro texto

Era o próprio Wesley quem cuidava da organização dos circuitos. Alguns deles eram amplos e exigiam muito trabalho dos pregadores. Não havia descanso. Mal acabavam de pregar num determinado local, já tinham que sair correndo para atender outra localidade. As viagens eram feitas à cavalo e ocorriam muitos acidentes. Uma das quedas de Wesley trouxe conseqüências mais graves. Em janeiro de 1774 ele estava se recuperando de um acidente ocorrido alguns anos antes e que na ocasião parecia não ter maior importância. Ele faz o seguinte relato:

“Faz 3 ou 4 anos que o cavalo tropeçou e me derrubou ao chão. Senti muita dor, mas logo me recuperei e não prestei mais atenção ao fato. Uns meses depois observei testiculum alterum altero duplo majorem esse [“um testículo era duas vezes maior que o outro”]. Consultei com um médico, que me disse que era um caso comum e que não significava enfermidade alguma. Um ano depois, em maio, o testículo havia crescido tanto como um ovo de galinha. Estando em Edimburgo, o Dr. Hamilton insistiu que eu buscasse a opinião dos Doutores Gregory e Monro. Eles imediatamente viram que era um hidrocele e me recomendaram que tão logo chegasse a Londres, buscasse uma cura radical, o que pensavam que poderia ser feita em uns 16 dias. Quando cheguei à Londres, consultei-me com o sr. Whaten. Ele me aconselhou: 1. que não pensasse numa cura radical porque ela não poderia ser feita sem contar com repouso de 15 a 16 dias. Ele não sabia se a operação poderia atrapalhar minha constituição física, da qual eu nunca me recuperaria. 2. Não fazer nada enquanto continuava sem dificuldade. Este conselho decidi tomar.

"No mês passado, o inchaço foi acompanhado de um dor constante. Assim é que, hoje, o sr. Whaten realizou a operação e tirou mais de 11 onças (medida antiga que equivale a 28,691 gr) de um líquido amarelento e transparente. Com o líquido saiu, para sua grande surpresa, uma pedra do tamanho de uma pequena bala, o que supôs ser a causa do transtorno.”

Apesar da cirurgia para drenar a hidrocele, feita no começo de 1774, meses mais tarde a doença voltou a perturbá-lo, ao ponto de precisar de atenção regular a cada nove ou dez semanas.

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