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Educação e ensino
Rio, 19/12/2007
 

Educar para a solidariedade: um olhar especial para as crianças especiais (Revda Elizabeth Cristina da Costa)

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Introdução

A realidade humana está marcada por desigualdades e exclusões (social, cultural, religiosa, econômica, biológica, etc.). Nossa proposta é a de superação dessas desigualdades através da educação para a solidariedade inspirados na graça e amor de Deus. É a de “Celebrar as Diferenças”!

No entanto, se perguntarmos pela história, ela está repleta de atos insanos praticados pelos humanos: guerras, assassinatos, jogos de poder, opressão, destruição (dos humanos e da natureza)... A pergunta que fica, então, é: O ser humano é bom ou mal? Solidariedade é uma característica inata ou construída? A maioria dos estudiosos da atualidade entende que a solidariedade é construída e que, na verdade, o ser humano é bem pouco solidário (Kohlberg). Assim, educar para a solidariedade é um dos desafios daqueles que almejam um mundo melhor, uma vida melhor. Educar para a solidariedade é educar para a esperança.

Quero utilizar o pensamento de Edgar Morin (“Os sete saberes necessários à educação do futuro”), Jung Mo Sung e Hugo Assmann (Competência e Sensibilidade solidária – educar para a esperança). Esses autores, no meu entendimento, podem contribuir, em muito, para a educação cristã quando insistem em temas relacionados à educação para a solidariedade. Sensibilidade, complexidade, corporeidade, solidariedade são os temas sobre os quais eu gostaria que refletíssemos na perspectiva da educação cristã. Parece desafiador perceber que o ser humano pode ser bom ou mal, solidário ou não, mas entendo que educar para a solidariedade, acima de tudo, é educar para a esperança, buscando superar desigualdades.

Educar, para a solidariedade, é trabalhar para a superação das desigualdades e inclusão dos diferentes. É educar para a condição humana, incomodando e superando a indiferença que esvazia a sensibilidade solidária, valorizando a corporeidade humana (seja ela qual for), resgatando a dignidade da vida de todo ser humano.

O ser humano não nasce humano, ele assume a condição humana à medida que convive com outros humanos, em que é educado. Se um bebê humano for abandonado: isolado, ele morre; com outros animais, ele assume a forma de viver desse animal. A verdade é que somos humanos, ou nos tornamos humanos, através da convivência com outro ser humano. Somos seres que nascem inacabados.

Homens e mulheres tornam-se humanos num constante processo de aprendizado marcado por evoluções, adaptações e construção cultural. A educação contribuirá com a “aprendizagem da compreensão e da lucidez” e na “a mobilização de todas as aptidões humanas” para o bem viver. Condições estas que, segundo Morin, devem ser continuamente regeneradas.

1. A falta de solidariedade na sociedade e o papel da educação cristã
O ser humano é um ser com necessidades, com desejos, com aspirações solidárias . O ser que procura conhecer a realidade e estabelece modelos que funcionam como filtros da percepção do mundo, mas que estão suscetíveis às dúvidas e aos erros na busca de sentido para existência. O ser complexo, que vive numa sociedade complexa onde a lógica da exclusão está presente e marca sua existência, carece do sentido mais humano da existência, a escola dominical pode contribuir, nesse sentido, educando para a solidariedade.

O ser humano contemporâneo vive em sociedades regidas por lógicas excludentes, sejam elas econômicas, sociais ou tecnológicas. Nesse ambiente, que incita a individualidade, a indiferença e a competição, torna-se difícil ser sensível e solidário. Um dos caminhos que Sung sugere, para quebrar esta insensibilidade, é o da educação para a solidariedade.

“Mas em um mundo tão complexo, tão contraditório, que não nos dá o sentido humano com tantas exclusões e tanta violência, é necessário ajudar as pessoas a encontrarem um sentido fundamental para as suas vidas, um sentido que as humanize, para que não se percam. Isso só é possível se houver sensibilidade solidária; daí a importância de juntarmos competência e sensibilidade solidária, ou competência e solidariedade.”

A escola dominical pode colaborar, incluindo, no processo pedagógico, dinâmicas que despertem a sensibilidade, a habilidade humana da percepção de si mesmo e do outro. A convivência entre os diferentes pode ajudar, pois só percebemos quem somos em meio ao diferente de nós. Lembrando Juan Luis Segundo, o processo de comunicação somente se concretiza quando somos afetados pela diferença.

Educar também é comunicar, é revelar algo novo, com potencial transformador para mudar o que já existe. Comunicar a diferença é uma das formas de educar para a sensibilidade solidária. A educação tem uma função social emancipadora e libertadora, pois o agir pedagógico pode converter à solidariedade.

2.Solidariedade e Corporeidade
Hugo Assmann menciona uma estrutura de valores que ajuda o ser humano a discernir valores e escolher, tomar decisões. Mas ele, também, lembra os riscos das escolhas que podem contribuir para uma sociedade melhor ou pior (basta lembrarmos as monstruosidades cometidas já na história humana). Na busca de uma sociedade onde caibam todos, que supera a exclusão social, Hugo Assmann questiona:

“Qual é, hoje, o topos intra-histórico tangível, no qual ainda sonhamos como possível poder somar consensos, e dar concretude a nosso horizonte utópico de que a vida é válida, radicalmente? É a dignidade humana de todos os seres humanos, enquanto humanos, enquanto conceito genérico, ou precisamos ser mais incisivos, dizendo: é a dignidade inviolável da corporeidade em que se objetiva a vida, e sem a qual não faz sentido falar do espiritual?”

Trata-se de uma pergunta retórica, que destaca a corporeidade como foco necessário a todo processo pedagógico que pretenda formar seres humanos sensíveis e solidários, que leve a sério as necessidades e os desejos humanos. Diante da realidade da corporeidade humana, ainda é possível sonhar e construir um agir pedagógico que realmente auxiliem o ser humano na sua liberdade de fazer escolhas, de criar e melhorar sua existência.

Ao falar de corporeidade, Assmann resgata a dimensão integral do ser humano, entendendo que a solidariedade, ou a conversão à solidariedade, passa pela percepção inteira do ser humano, sem dividi-lo em pedaços e hierarquizá-los. Ás vezes nosso discurso torna-se cruel, quando, por exemplo, dizemos que os problemas de uma pessoa com necessidades especiais resolvem-se imediatamente com a salvação de sua alma, ignorando as dores e limitações de seu corpo.


3.Solidariedade e Corporeidade Especial
A pessoa portadora de deficiência possui limitações, habilidades diferentes que compõem sua corporeidade especial. Todo o seu ser é afetado por uma forma diferente de ser. Viver em sociedade, em padrões estabelecidos como normais, torna-se, muitas vezes, difícil e doloroso. Ela é diferente, mas não é menor ou maior em valor, pois continua sendo pessoa criada e amada por Deus graciosamente. A nós cabe nos aproximarmos de forma solidária.

Considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela que apresente, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade para certas atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

a) Classificação de Deficiências
As deficiências podem ser congênitas ou adquiridas. As deficiências físicas (motoras) são:
1. Paraplegia: perda total das funções motoras dos membros inferiores.
2. Paraparesia: Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores.
3. Monoplegia: Perda total das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior).
4. Monoparesia: Perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior).
5. Tetraplegia: Perda total das funções motoras dos membros superiores e inferiores.
6. Triplegia: Perda total das funções motoras em três membros.
7. Triparesia: Perda parcial das funções motoras em três membros.
8. Hemiplegia: Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).
9. Hemiparesia: Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).

b)Paralisia cerebral
Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central tendo como conseqüência, alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental. Geralmente os portadores de paralisia cerebral possuem movimentos involuntários, espasmos musculares repentinos chamados esplasticidade (rigidez) ou hipotonia (flacidez). A falta de equilíbrio dificulta a deambulação e a capacidade de segurar objetos.

c)Deficiência mental
A deficiência mental refere-se a padrões intelectuais reduzidos, apresentando comprometimentos de nível leve, moderado, severo ou profundo, e inadequação de comportamento adaptativo, tanto menor quanto maior for o grau de comprometimento.

d)Deficiência visual
A deficiência visual é a perda ou redução de capacidade visual em ambos os olhos em caráter definitivo, que não possa ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Existem também pessoas com visão sub-normal, cujos limites variam com outros fatores, tais como: fusão, visão cromática, adaptação ao claro e escuro, sensibilidades a contrastes, etc.

e)Deficiência auditiva
A deficiência auditiva inclui disacusias (perda de audição) leves, moderadas, severas e profundas e são assim classificados: Perda moderada, Perda severa Perda, Profunda.

f)Deficiências múltiplas
Quando a pessoa apresenta conjuntamente duas ou mais deficiências.

4. Sensibilidade solidária ao ser afetado pela diferença
Sensibilizar-se: despertar a percepção, um bom caminho é buscar a convivência – o que está longe não nos atinge sensivelmente.
Respeitar: é superar o medo e acolher a diferença, aceitando os limites, porém, encorajando a aprender coisas novas dentro do seu próprio ritmo. Cuidado para não expor ao ridículo. Dar espaço para o outro se expressar.
Informar-se: diferentes graus de habilidade exigem diferentes abordagens para que a comunicação realmente aconteça – explorar os sentidos.
Envolver-se: superar a mediocridade e ir além, fazer algo mais... Amar...


Abordar o tema com as crianças:
- colocando o assunto em pauta...(sensivelmente)
- indo ao encontro de pessoas diferentemente capacitadas;
- promovendo uma convivência solidária;
- desenvolvendo atividades cooperativas...


Sites relacionados ao tema:
www.cedipod.org.br
www.mbonline.com.br/cedipod/index.htm
www.redespecial.org.br
www.aacd.org.br
www.apade.org.br
www.defnet.com.br
www.braileecia.hpg.ig.com.br
www.ecof.org.br/projetos/down


diferentes, MAS NEM SEMPRE MAIOR OU MENOR, iguais

1=1, 2>1, 2<3
1+1+ 2+ 3=7
todos são ¹ e tem o seu valor na equação

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