IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
Fundada em 15 de Junho de 1902

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Rio, 8/5/2008
 

A fundação do Metodismo no Brasil (Paul Engene Buyers)

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I - O TRABALHO DE JUNIUS E. NEWMAN (1867-1810).

Depois da Guerra Civil nos Estados Unidos, provocada pela questão da escravidão dos negros, um número considerável de norte-americanos sulistas, emigraram para o Brasil. Diversas famílias fixaram residência no estado de são Paulo, na região de Santa Bárbara e Vila Americana. Entre este grupo de americanos havia alguns metodistas, inclusive um pregador, acreditado como obreiro da Igreja Metodista Episcopal do Sul o metodismo nos EUA já havia se dividido antes da guerra civil), chamado Junius E. Newman. Este foi autorizado pelo bispo W. M. Wightman a trabalhar entre seus patrícios no Brasil.

Newman chegou ao Rio de Janeiro em meados do ano de 1867. Passou quase dois anos perto do Rio, mudando-se depois para Saltinho, perto de Limeira, no estado de São Paulo. Começou a pregar aos colonos americanos e, no mês de agosto de 1871, organizou a primeira igreja metodista no Brasil, com cinqüenta membros. Organizou uma zona e visitava o povo regularmente. Mas não ficou satisfeito com o trabalho entre seus patrícios somente, não deixando, por isso, de interessar-se no bem estar do povo brasileiro.

Escreveu diversas cartas aos bispos da Igreja-Mãe, pedindo que mandassem missionários para trabalhar entre os brasileiros. Os bispos Haygood e McTyeire, junto com o dr. D. C. Kelley, secretário da Junta de Missões, interessaram-se nos seus apelos e, quando a Conferencia Geral se reuniu, em 1874, resolveu mandar abrir trabalho missionário no Império do Brasil. O primeiro missionário enviado foi o rev. J. Ransom.

O rev. Newman ficou na superintendência da missão até ao fim de 1879. A sua esposa faleceu em 1877 e ele resolveu mudar-se de Saltinho, em maio de 1879, fixando residência na cidade de Piracicaba. No mês seguinte suas duas filhas, Mary e Annie, abriram uma escola, com internato e externato, que funcionou mais ou menos um ano. Mary se casou com o novo missionário, o rev. J. J. Ransom. Durante a residência de Newman em Piracicaba chegou a relacionar-se com os distintos e ilustres brasileiros, drs. Prudente de Morais e Manoel de Barros. Pela amizade desses brasileiros notáveis ficou mais assentada a organização do seu trabalho no país.

Ali Newman contraiu segundas núpcias, casando-se com mrs. Lydia E. Barr, em 1880.

"Em 1890, após 24 anos de trabalho de grande utilidade no Brasil, já alquebrado e de idade bem avançada, o distinto irmão voltou para os Estados Unidos, indo residir em Point Pleasant, estado de Virgínia Ocidental, de onde, em 1896, partiu para a morada celestial". (Kennedy, p. 19).


II - A MISSÃO RANSOM (1876-1886).

O rev. J. J. Ransom, nomeado missionário para o Brasil, chegou ao Rio de Janeiro em 2 de fevereiro de 1876. Foi logo à casa do rev. Newman, a fim de entender-se com ele a respeito do seu trabalho no país.

Passou o primeiro ano estudando português e ensinando inglês e grego no Colégio Internacional de Campinas. Passou grande parte do segundo ano viajando por diversas partes do país para estudar a situação e ver onde melhor poderia iniciar seu trabalho. Visitou o Rio Grande do Sul e lá se encontrou com obreiros da missão da Igreja Metodista Episcopal que tinha trabalho no Uruguai e no Estado do Rio Grande do Sul. Chegou a conhecer o dr. João C. Correia que trabalhou no Brasil e, para conhecer o dr. Tomaz B. Wood, superintendente da missão, foi até Montevidéu. Ficou por pouco tempo no Rio Grande do Sul.

Voltando da sua viagem ao Sul, fixou residência no Rio de Janeiro. Alugou a casa nº 175 da rua do Catete, e começou a pregar em inglês aos estrangeiros e, logo depois, em português aos brasileiros. A assistência era pequena, mas os cultos atraíram a atenção dos padres, que o taxaram de incrédulo e ateu. Organizou uma escola dominical em que matriculou cinqüenta alunos. Em 9 de março de 1879 recebeu comunhão da Igreja, por profissão de fé, os primeiros brasileiros, entre os quais figuravam o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque e a senhorinha Francisca de Albuquerque.

O dia de Natal de 1878 foi uma data memorável na vida de Ransom. Neste dia se casou com miss Annie, filha do rev. Newman. Poucos foram os dias felizes do casal, pois sua esposa faleceu em menos de um ano, em 1888. Foi sepultada no cemitério da Ponta do Caju, no Rio de Janeiro. Logo depois do falecimento da sua esposa, voltou aos Estados Unidos.

A sua visita aos Estados Unidos foi providencial, porque lhe deu a oportunidade de visitar, sob a direção da Junta de Missões, diversas Conferências Anuais e falar nelas sobre o trabalho no Brasil. Os seus discursos despertaram grande interesse no trabalho missionário no Império do Brasil. Essa visita teve resultados práticos: deu-lhe oportunidade de descansar e recuperar energias e também de atrair novos obreiros para a nova Missão Brasileira.

O rev. Ransom, voltando para o Brasil, via Europa, em 1881 trouxe consigo os seguintes missionários: o rev. J. W. Koger, esposa e um filhinho, miss Marta Watts e o rev. J. L. Kennedy. Chegaram ao Rio de Janeiro em 16 de maio de 1881, ao cair da noite. Seguiram logo para Piracicaba.

Em 20 de maio os revs. Ransom, Koger e Kennedy foram a Bom Retiro para visitar o rev. Newman. No dia seguinte, na igreja do Campo, foi realizada a primeira Conferência trimensal metodista no Brasil. Voltando a Piracicaba, os missionários fixaram residência naquela cidade, enquanto o rev. Ransom voltava para o Rio de Janeiro, para continuar seu trabalho na Corte.

Koger começou seu trabalho, pregando em inglês aos estrangeiros e estudando o português. Em 2 de setembro organizou a igreja de Piracicaba e miss Watts abriu uma escola, com uma única aluna, aos 13 do mesmo mês. Foi este o princípio do Colégio Piracicabano. No fim do ano Kennedy foi para o Rio de Janeiro para ajudar Ransom. Trabalharam juntos por alguns meses. Depois Ransom embarcou para os Estados Unidos, deixando o jovem Kennedy com toda a responsabilidade do trabalho. Mas em poucos meses Ransom estava de volta para continuar seu trabalho e suas atividades.

Depois de alguns meses de esforços foi inaugurada a igreja Metodista do Catete, a primeira capela metodista construída no Brasil.

Ransom serviu como superintendente da Missão Brasileira até a Conferência trimensal que foi realizada em 22 de dezembro de 1882, quando o trabalho foi dividido em dois distritos: o distrito do Rio de Janeiro, tendo Ransom como superintendente, e o distrito de São Paulo, cujo superintendente era Koger.

O trabalho no Rio de Janeiro ficou animado depois da inauguração da capela do Catete. Os dois missionários se esforçaram para desenvolver a obra. Mas de repente Kennedy caiu doente, com a febre amarela. Quase morreu. O médico lhe recomendou um passeio a bordo de um navio. Como Kennedy tinha noiva na sua terra, resolveu ir aos Estados Unidos. Casou-se lá e voltou em julho com a esposa e mais dois obreiros, o rev. J. W. Tarboux e esposa, que tinham um filhinho.

Os revs. Kennedy e Tarboux trabalharam juntos no Rio de Janeiro e o rev. J. J. Ransom tornou-se um evangelista geral, visitando e pregando em diversos lugares. Passou algum tempo no estado de São Paulo, em Piracicaba, ajudando Koger, na cidade de São Paulo e em outros lugares.

A esposa de Koger adoeceu e foi-lhe necessário voltar aos Estados Unidos. Embarcou com seus filhinhos, em 27 de outubro de 1883, deixando o marido aqui. Foi necessário fazer nova combinação sobre o trabalho. Ransom e Tarboux ficaram no Rio de Janeiro, Kennedy e sua esposa foram para Piracicaba e Koger ficou trabalhando em São Paulo até que a esposa voltasse. Koger voltou para Piracicaba, Kennedy foi para o Rio de Janeiro e Tarboux para a cidade de São Paulo.

O rev. J. J. Ransom em 2 de setembro de 1880 contraiu segundas núpcias nos Estados Unidos. Continuou seu trabalho no Brasil, pregando e fazendo o serviço de superintendente distrital, evangelizando e fazendo a redação da literatura da escola dominical.

Planejou uma visita de evangelização à cidade de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais, mas adoeceu na ocasião marcada para a série de pregações. Encarregou, no entanto, seu colega Kennedy de substituí-lo. Kennedy foi e fez pregação, mas sofreu muita perseguição da parte de pessoas instigadas pelos padres. A polícia interveio e garantiu a liberdade de culto. Diversas pessoas foram despertadas e converteram-se, entre as quais Filipe R. de Carvalho, as primícias do trabalho metodista em Juiz de Fora.

O ano de 1885 marcou novo passo no desenvolvimento da obra missionária, pois foi convocada pelo superintendente, rev. J. W. Koger, uma reunião de todos os obreiros, homens e mulheres, na cidade de Piracicaba, de 14 a 20 de janeiro. Os que compareceram foram: J. W. Newman, J. W. Koger,- J. L. Kennedy, J. W. Tarboux e as missionárias e professoras miss M. H. Watts e May W. Bruce. Foi essa a origem do que chamou, a partir de então, "Conferência Anual Missionária no Brasil". O rev. J. J. Ransom não compareceu. Morava naquela ocasião na cidade de Juiz de Fora e era pastor da igreja daquela cidade e superintendente do distrito do Rio de Janeiro.

Como disse J. L. Kennedy no seu livro "Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil", à pág. 39:
"No dia 20 de janeiro de 1885, pela primeira vez na história da nossa Igreja brasileira; foram lidas as nomeações dos nossos pregadores e dai em diante não passou nenhum ano do calendário sem isso se fazer. O superintendente da missão leu as seguintes nomeações:

Superintendente da Missão — J. W. Koger.

Distrito do Rio de Janeiro — J. J. Ransom.
Catete (congregação Inglesa) — Para ser suprido.
Catete (congregação Brasileira) — J. L. Kennedy, p. c.
Catete (congregação Brasileira) — Samuel Elliot, ajud.
Circuito do Vale do Paraíba — J. J. Ransom, p. c.

Distrito de são Paulo — J. W. Koger.
Circuito e estação de São Paulo — J. W. Tarboux.
Idem de Santa Bárbara — J. E. Newman.
Idem de Campinas — Para ser suprido.
Idem de Piracicaba — J. W. Koger p. c. e um para ser suprido."

O ano de 1885 correu bem. Todos os obreiros dedicaram-se ao trabalho e houve progresso tanto no estado de São Paulo como no Rio de Janeiro e em Juiz de Fora. Nesse ano foi organizada a primeira sociedade missionária de senhoras, na igreja do Catete, em 5 de julho. A congregação estrangeira, de ingleses, prontificou-se a sustentar um pastor, se a Igreja-mãe pudesse mandá-lo dos Estados Unidos e custear-lhe as despesas de viagem.

No primeiro dia de janeiro de 1886; fundou-se o jornal intitulado "Metodista Católico". Foi o primeiro jornal metodista publicado no país. A 20 de julho de 1887 se lhe mudou o nome para "Expositor Cristão".

A missão foi entristecida pelo passamento do rev. J. W. Koger. Tinha marcado a data da reunião da segunda Conferência Anual da missão para 6 dia 20 de janeiro de 1886, na cidade de São Paulo. Na véspera da Conferência foi ao Rio de Janeiro e lá, apanhou febre amarela. Chegando a São Paulo, faleceu em 28 de janeiro e foi sepultado no Cemitério Protestante de São Paulo, na Consolação.

A reunião da Conferência Anual da missão foi adiada até ao mês de julho, sendo então presidida pelo rev. bispo J. C. Granbery. Por ocasião dessa Conferência, o rev. J. J. Ransom foi transferido para a Conferência Anual de Tennessee, nos Estados Unidos.
"Aos 4 de agosto de 1886, com a sua digna esposa e filhinho, a bordo do vapor "American France", partiu para o seu torrão natal" (Kennedy, p. 47).

Assim terminou a "Missão Ransom" no Brasil.

III - O PROGRESSO E A ORGANIZAÇÃO DO METODISMO EM CONFERÊNCIAS ANUAIS (equivalentes aos Concílios Regionais de hoje em dia)


Depois da "Missão Ransom" o trabalho metodista foi organizado e dirigido por meio de Conferências Anuais. Bispos da Igreja Metodista Episcopal do Sul eram os superintendentes gerais e representavam na administração a Junta de Missões da dita Igreja. Esse foi o plano de administração do trabalho por quase cinqüenta anos, até a data da autonomia e formação da Igreja Metodista do Brasil, em 2 de setembro de 1930.

O trabalho progrediu e conquistou-se mais território, entrando nas fileiras novos obreiros, tanto nacionais como estrangeiros. A missão estava precisando de uma administração mais bem coordenada entre os obreiros, tanto no campo missionário como entre o trabalho feito no campo missionário e Junta de Missões da Igreja-mãe.


1. Organização da Conferência Anual brasileira.

O dia da primeira visita episcopal foi 4 de julho de 1886, quando o rev. bispo J. C. Granbery desembarcou no Rio de Janeiro, acompanhado de sua filha e do rev. H. C. Tucker. O bispo Granbery visitou quase todos os pontos de propaganda durante os três meses que passou no Brasil. Realizou em Piracicaba, aos 17 de julho, a segunda Conferência Anual missionária, com todos os missionários presentes.

Foi em 16 de setembro que se organizou a primeira Conferência Anual brasileira, na capela do Catete, composta de três presbíteros, J. L. Kennedy, J. W. Tarboux e H. C. Tucker. Assim, com a obra bem organizada, com visitas episcopais anuais e com novos obreiros entrando para as fileiras, o progresso foi firme e rápido.

2. A transferência da missão do Rio Grande do Sul da Igreja Metodista Episcopal para a Igreja Metodista Episcopal do Sul.

Em 1900 o trabalho missionário iniciado no Rio Grande do Sul pela Igreja Metodista Episcopal foi transferido para a Igreja Metodista Episcopal do Sul. O motivo principal dessa transferência foi simplificar o trabalho de duas Igrejas, na promoção do esforço missionário na América do Sul. Como na América do Sul a língua portuguesa só é falada no Brasil e o espanhol nos outros paises, as Juntas de Missões das duas Igrejas combinaram a divisão de território do continente, ficando para a Igreja Metodista Episcopal do Sul a evangelização do povo que falava o português e para a Igreja Metodista Episcopal o povo que falava o espanhol. Havia, envolvidos na transação, certos interesses financeiros, que foram ajustados entre as duas igrejas.

Os representantes das duas Igrejas nomeados para efetuarem a transferência do trabalho do Rio Grande do Sul foram o rev. A. W. Greenman, representante da Igreja Metodista Episcopal, e o rev. H. C. Tucker, representante da Igreja Metodista Episcopal do Sul.

Grenman e Tucker reuniram-se em Porto Alegre em 1889 com o fim de ultimarem a transferência dessa obra. Tudo correu harmoniosamente. Aos obreiros que trabalhavam sob a direção da Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal reservou-se o direito de continuarem com a mesma Junta e retirarem-se para outro campo ou passarem para a Igreja Metodista Episcopal do Sul e trabalharem sob a direção da Junta de Missões desta Igreja. O rev. J. W. Price resolveu ficar no trabalho riograndense; foi, por isso, contado entre os obreiros do Brasil.

Consta no Anuário da Conferência de 1900 o seguinte a respeito dessa transação:
"O presidente participou à Conferência que o dr. Lambuth, secretário da Junta de Missões, comunicou, por intermédio de H. C. Tucker, que o trabalho da Igreja Metodista Episcopal, no Rio Grande do Sul, fica a cargo desta Conferência" (Kennedy, p. 185).

O trabalho no Rio Grande do Sul passou então a ser um distrito da Conferência Anual brasileira. E por ocasião da Conferência Anual brasileira foram feitas as seguintes nomeações no distrito do Rio Grande do Sul:

Presbítero presidente (P. P.) — J. W. Wolling.
Circuito de Porto Alegre — J. W. Price.
Bento Gonçalves — Matheus Donatti.
Forqueta do Caby — Carlos Lazzare.
Cruz Alta e Santa Maria — Para ser suprido.
(Kennedy, p. 185).

3. Organização da Conferência Anual Sul Brasileira (1910).

O distrito do Rio Grande do Sul ficou fazendo parte da Conferência Anual brasileira até 1910. Aos 26 de agosto de 1910 se realizou a primeira sessão da Conferência Anual sul brasileira, na cidade de Santa Maria, sob a presidência do rev. bispo W. R. Lambuth. O bispo organizou a Conferência Anual sul brasileira de acordo com a autorização da Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal do Sul:

"Cópia autêntica da decisão da décima sexta sessão da Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal do Sul, realizada em Ashville, Carolina do Norte, de 5 a 22 de maio de 1910, referente à transformação da missão do Rio Grande do Sul em Conferência Anual (Relatório nº 2, Comissão de Limites):”
"Vossa comissão de limites tomou na devida consideração um memorial que lhe foi remetido pela Conferência da missão brasileira com referência à mudança do nome da dita Conferência e a organização da missão sul brasileira numa Conferência Anual. Relatamos que estamos de acordo em parte e recomendamos:

1. No apêndice, capítulo I, § 4, onde se lê: "Conferência Brasileira": incluir todo nosso trabalho que fica ao norte do estado do Paraná, na Republica Brasileira".

2. Um novo parágrafo, na ordem alfabética, deverá ser inserido no mesmo capítulo, do teor seguinte: "A Conferência Sul Brasileira incluirá os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, na Republica Brasileira.”

Também recomendamos que o bispo encarregado do trabalho no Brasil seja autorizado a organizar a nova Conferência em sua próxima visita anual.

"Certifico que o precedente é uma cópia fiel dos registros originais da ação da Conferência Geral".

A. F. Watkins, Secretário, Hattiesburg, Miss. 31 de maio de 1910".


A Conferência Anual do Sul Brasileira foi organizada em agosto desse mesmo ano, em 1910. E no encerramento dessa Conferência histórica o bispo presidente, dr. Lambuth, leu as seguintes nomeações:

DISTRITO DE PORTO ALEGRE — João Wollmer, p. p.
- Bento Gonçalves, circuito — Para ser suprido por M. Donatti.
- Cachoeira, circuito — Antônio P. Fraga.
- Forqueta, circuito — Para ser suprido por João Sauner.
- Porto Alegre, Central — C. L. Smith.
- Porto Alegre, Institucional — J. J. Ruiz.
- Redator do Testemunho e do Manual e secretário da A.C.M.
- João Wollmer.
- Secretário Geral da Liga Epworth — J. J. Ruiz.
- Ausente com licença — E. E. Joiner.

DISTRITO DE URUGUAIANA — J. M. Terrell, p. p.
- Alegrete — Jose Kokot.
- Cruz Alta, circuito — João Wagner FP.
- Sant'Ana — E. M. B. Jaime.
- Santa Maria — Frederico Martins e um para ser suprido.
- Santa Maria, circuito — para ser suprido.
- São Tome, circuito — Frederico Peyrot, sup.
- Valos, circuito — Frederico Peyrot, sup.
- Uruguaiana — J. M. Terrell.
- Colégio União — João W. Price.

Missionárias:
- Igreja Institucional — Miss Della Wright, Diretora e secretaria da Sociedade M. de Senhoras.
- Colégio Americano — Miss E. Lamb, Diretora.

Após as nomeações, o bispo anunciou a benção apostólica.
Presidente, Walter R. Lambuth
Secretário, João J. Ruiz. Santa Maria, 28 de agosto de 1910".
( cf. Cinqüenta Anos de Metodismo no Brasil, p. 222).


4. Organização da Conferência Anual Central Brasileira, (1918).

A Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal do Sul, realizada na cidade de Atlanta, estado de Geórgia, no mês de maio de 1918, atendeu ao memorial da Conferência Anual brasileira, pedindo a sua divisão.

"Antes de encerrar-se a 33ª sessão da Conferência Anual brasileira, reunida na cidade de Juiz de Fora, aos 15 de agosto de 1918, o reverendo bispo M. Moore, obedecendo à resolução da Conferência Geral, organizou a Conferência Central brasileira, a terceira Conferência Anual constituída no Brasil. Ficou ela composta dos seguintes distritos: São Paulo, Piracicaba e Ribeirão Preto, incluindo alguns campos mais antigos do trabalho metodista brasileiro. Nesses três distritos existiam 38 igrejas organizadas, com 3.504 membros; 50 escolas dominicais, com 2.366 alunos e oficiais; 31 Ligas Epworth (incluindo juvenis) com 947 sócios e 45 Sociedades Auxiliares de Senhoras, com 1371 sócias. O valor de todas as propriedades, na data da organização da Conferência Anual Central Brasileira importava em Cr$ 720.991.00.”


Para organizar a nova Conferência Central Brasileira foram transferidos da Conferência Brasileira os seguintes obreiros:

NOMEAÇÕES PARA 1918-1919

CONFERÊNCIA CENTRAL BRASILEIRA

DISTRITO DE SÂO PAULO — M. Dickie, p. p.
- São Paulo — M. Dickie e Guaraci Silveira
- São Paulo, circuito — M. Dickie e Guaraci Silveira
- São Paulo, italiana — Onofre Di Giacomo
- São Roque — Onofre Di Giacomo
- Campinas — J. R. Carvalho
- Amparo — J. R. Carvalho
- Itapecerica — Juvenal Pereira
- Palmeiras — Juvenal Pereira
- Santos — Juvenal Pereira
- Taubaté e Norte — João da Costa
- Cunha — Manoel A. Monteiro, suplente
- Tesoureiro da Conferência — M. Dickie

DISTRITO DE PIRACICABA — J. L. Kennedy, p. p.
- Piracicaba — J. L. Kennedy
- Circuito de Piracicaba — M. M. de Morais
- Capivari — M. M. de Morais
- Laranjal — para ser suprido.
- Ourinhos — J. França, suplente
- Birigui e Noroeste — C. B. Dawsey
- Penápolis — C. B. Dawsey e um para ser suprido


DISTRITO DE RIBEIRÃO PRETO: W. G. Borchers, p. p.
- Ribeirão Preto — A. M. Duarte
- Sertãozinho e Pontal — A. M. Duarte
- Cravinhos — J.C. Reis
- São Simão — J. C. Reis
- Serra Azul — J. C. Reis
- Franca e Batatais — A. J. Mello
- Poços de Caldas e Lagoas — S. A. Belcher
- Pirassununga e Palmeiras — W. G. Borchers
- Santa Rita e Passa Quatro — Oswaldo L. Silva
- Boa Esperança e Dourado — José B. Nunes, suplente.
- Uberaba e Araxá — J. Leonel Lopes
- Igarapava e Jardinópolis — J. Leonel Lopes
- Secretário das Missões — W. G. Borchers

As missionárias:
- Petrópolis — Séc. Miss Eliza Prkinson
- Piracicaba — Miss L. A. Stradley,
Mrs F. K. Brown
D. Sofia Schalch
Miss Mary Sue Brown
Miss Sarah Stout.
- Ribeirão Preto — Miss Jinnie Stradley
Miss Ethel Brown
Miss Virgínia Howell.
- Petrópolis — Miss Lídia Ferguson
Miss Helen Johnsen
Miss Leila Epps
- Belo Horizonte — Miss Emma Christine
Miss Mary Jane Baxter
Miss Maud Mathis
Miss Leila Putnam
Miss Nancy Holt
- São Paulo — Miss Amélia Elderding
- Instituto Central do Povo (Rio de Janeiro) — Miss Blache Howell
- Aguardando nomeação — Miss Raquel Jarret, Miss Alice Lamar e Miss Pearl Hicks.
- Salisbury, Mo, EUA — Miss Louise Hyde”

(Kennedy, pág. 265)


CONFERÊNCIA BRASILEIRA

DISTRITO DO RIO DE JANEIRO – J.M. Lander, p.p.
- Catete – J. W. Tarboux
- Instituto Central do Povo — Carlock Hawk, superintendente
- Vila Isabel — H. O. Campos
- Jardim Botânico — J. E. Tavares e E. Moura, suplente
- Realengo — A. Cardoso
- Meriti — E. Moura, supl.
- Cascadura — A. Cardoso
- Barra Mansa — J. H. 1VIata, suplente
- Campo Belo — J. H. Mata, suplente
- Teresópolis e Magé — J. H. Mata, suplente
- Inconfidência — J. H. Mata, suplente
- Petrópolis — J. E. Tavares, e um para ser suprido
- Entre Rios — A. J. Araújo Filho
- Cabo Frio — Messias C. dos Santos, suplente
- Anta — César Dacorso Filho
- Santa Tereza, Chacarinha e Bicas — César Dacorso Filho
- Porto Novo — A. Bevilacqua
- Dr. Astolfo — A. Bevilacqua

- Editor de Livros e Redator da Revista e Juvenil — J. M. Lander.
- Agente da Sociedade Biblica Americana — H. C. Tucker.
- Tesoureiro da Conferência e da Missão — J. W. Tarboux.
- Secretário das missões — J. E. Tavares.

DISTRITO DE BELO HORIZONTE — W. B. Lee, p. p.
- Belo Horizonte — José Ferraz
- Quartel — Osório C. Caire
- Ouro Preto e Lafaiete — Pedro Santana, suplente
- Circuito de Belo Horizonte — Osório C. Caire
- Barbacena — Paul E. Buyers
- Palmira — Paul E. Buyers e um para ser suprido
- Juiz de Fora — J. L. Becker
- Circuito de Juiz de Fora — Para ser suprido
- O Granbery — presidente C. A. Long
- O Granbery — professor Paul E. Buyers
- O Granbery — professor Anderson Weawer
- O Granbery — Escola Bíblica — J. L. Becker
- Seminário Unido — Paul E. Buyers
- Casa Publicadora — J. W. Clay, gerente

- Expositor Cristão — Jose Ferraz, redator

DISTRITO DE CARANGOLA — W. B. Lee, p. p.
- Cataguazes — J. A. Guerra
- S. Paulo do Muriaé: João do Couto, suplente
- Faria Lemos -- Frank Wiederheker
- Caparaó — Frank Wiederheker
- Sao João — Frank Wiederheker
- Ubá — V. Gonçalves
- Pomba — V. Gonçalves
- Laranjeiras — A. J. Rodrigues
- Miracema — A. J. Rodrigues

- Transferido para a Conferência Sul Brasileira — Derli de A. Chaves."

(Anuário da Conferência Anual Brasileira de 1918, ps. 26, 27 e 10).

Desde a organização da Conferência Anual Central Brasileira até 1930, o trabalho nas regiões das três Conferências Anuais progrediu rapidamente. Logo no princípio desse período se deu a celebração do centenário da obra missionária da Igreja-mãe. Muito dinheiro foi levantado no prazo de cinco anos, começando em 1919 e terminando em 1924. Os campos missionários receberam auxílio em dinheiro e em novos obreiros. A obra no Brasil recebeu fundos para a construção de igrejas, capelas, para consolidar as escolas velhas e fundar novas e aumentar o ensino nos seminários Foi esse um período de impulso e progresso em todos os setores do trabalho do Brasil. Houve grande progresso na obra educativa. As escolas localizadas na região de cada Conferência anual são as seguintes:

Conferência Anual Brasileira:
- Instituto Granbery e a Faculdade de Teologia d'O Granbery, de Juiz de Fora;
- Colégio Bennett e Instituto Central do Povo, do Rio de Janeiro,
- Colégio Isabela Hendrix, de Belo Horizonte.

Conferência Anual Central:
- Colégio Piracicabano, de Piracicaba;
- Colégio Metodista, de Ribeirão Preto;
- Colégio Noroeste, de Birigui,
- Ginásio Americano, de Lins.

Conferência Anual Sul Brasileira:
- Colégio Americano, de Porto Alegre;
- Colégio União, de Uruguaiana;
- Instituto Ginasial, de Passo Fundo;
- Colégio Centenário, de Santa Maria,
- Instituto Porto Alegre, de Porto Alegre
- Faculdade de Teologia, de Porto Alegre.

Também durante essa época as escolas dominicais, as sociedades de senhoras, de jovens e de crianças tomaram nova vida e progresso. O movimento leigo desenvolveu-se e contribuiu fortemente para o movimento de sustento próprio.

______________________________________________________
(*) Texto extraído das páginas 412 a 427 do livro História do Metodismo, de Paul Eugene Buyers, publicado pela saudosa Imprensa Metodista em 1945.

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