IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
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Testemunho
Rio, 19/5/2008
 

A significação da Cruz (Epaminondas Moura)

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A cruz tem despertado ultimamente certo interesse da parte de alguns crentes e é bom que este assunto seja tratado pelos que orientam a Igreja. Não vamos tratar disto aqui, com a presunção de orientar. Desejamos apenas mencionar o assunto, apresentar idéias de outrem e deixar que os guias da Igreja escrevam e digam.

Encontramos no Dicionário de Hastings um artigo escrito pelo Dr. J.C. Lambert sobre a cruz. Gostamos, e dele tiramos os períodos seguintes:

“A cruz em sentido literal é considerada como crucificação; mas, de acordo com o Novo Testamento, pode ser tratada por outros prismas”.

1. A cruz é símbolo de sacrifício próprio.
Nos Evangelhos se vê que o Mestre, por vezes, declarou que aqueles que quiserem segui-lo, devem tomar a sua cruz (Mateus 10:38; 16:24; Marcos 8:34 Lucas 9:23). Estas palavras significam uma antecipação profética do Calvário. Os discípulos, porém, não entendiam.

Na Galeléia foi grande o número dos que sofreram o martírio da cruz, depois da revolta de Judas gaulonita.

Em Jerusalém, como se viu na execução dos dois salteadores ao lado de Jesus, a crucificação era incidente comum na administração dos romanos. E, como era costume obrigar os condenados a levar a madeira de sua própria cruz, a figura empregada por Jesus era bem clara e compreensível. Os discípulos, os contrário dos condenados, deviam por sua livre vontade tomar a sua cruz e seguir o Mestre.

2. A cruz, uma vergonha.
A carta aos Hebreus conta como Cristo suportou a cruz, desprezando a ignomínia (Hebreus 12:2). Tanto para os judeus como para os romanos a morte na cruz era uma vergonha. Entre os romanos a morte de cruz era reservada para os escravos, para os estrangeiros e para os grandes criminosos. Para os judeus a cruz era uma grande maldição: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro (Deuteronômio 21:23; Gálatas 3:13). Para judeus e gentios a cruz foi a grande pedra de tropeço (1 Coríntios 1:23).

São Paulo considera a morte na cruz como o último ponto na humilhação que o Mestre sofreu (Filipensses 2:8).


3. A cruz, sumário do Evangelho.
Para São Paulo a cruz é o sumário do Evangelho; em 1 Coríntios 1:17 e 18 ele emprega as expressões “pregar o Evangelho”, “cruz de Cristo” e “Cristo crucificado”, substituindo uma por outra (1 Coríntios 2:2). No capítulo 6 de Gálatas no versúcolo 12, o Apóstolo fala em sofrer perseguição “por causa da cruz de Cristo”. Nesta passagem, não há dúvida, a significação é: “por causa da confissão de fé no Evangelho”.

Quando Paulo se gloria “na cruz de Cristo” (Gálatas 6:14), o termo “cruz” é usado para resumir a obra redentora do Mestre por nós e em nós.

4. A cruz, o grande instrumento de reconciliação.
Nos ensinos de São Paulo, além do que já foi dito, a cruz se estabelece como o grande instrumento de reconciliação. Foi “pelo sangue de sua cruz” que Jesus efetuou a reconciliação entre Deus e o homem (Colossenses 1:20). Cristo removeu ou cancelou “o escrito de dívida que era contra nós e que contava de ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz” (Colossenses 2:14). Foi pela cruz que Ele reconciliou o gentio e o judeu, “abolindo a lei dos mandamentos”, que se levantava entre eles como muro de separação (Efésios 2:14-16).

Há, além disto, vislumbres de uma grande e mais vasta reconciliação realizada por Jesus através da cruz. Referimo-nos à reconciliação de todas as cousas com Deus, quer sejam cousas sobre a terra ou nas alturas dos Céus (Filipensses 1:20; Efésios 1:10).

5. A cruz, símbolo da união mística com Cristo.
Para o Apóstolo Paulo, a cruz é ainda o símbolo de uma união mística com o próprio Jesus Cristo. Na grande figura que se vê nos Evangelhos, a expressão “levar a cruz” tem o mesmo sentido de “imitação de Cristo” (Mateus 1:38). São Paulo vai mais além: ele vê na cruz uma crucificação com Cristo, da qual nasce a posse de uma vida íntima com o Mestre. “Estou crucificado com Cristo; logo já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim” (Gálatas 2:20).

O velho homem foi crucificado para que o novo homem ressuscite dentre os mortos(Romanos 6:6). A carne (a natureza humana corrompida) foi crucificada com as suas paixões e cobiças para que o cristão viva e ande pelo espírito (Gálatas 5: 24-25). Esta mística da cruz nunca levou Paulo a perdê-la de vista; ele deixou de considerar a cruz como meio da redenção objetiva. Ao contrário, ele considera as duas idéias inseparavelmente unidas; e, gloriando-se na cruz de Cristo, ele assim o fez porque, por ela, o mundo foi crucificado para ele e ele foi crucificado para o mundo (Gálatas 6:14).

Não podemos negar, portanto, que a cruz é símbolo do Cristianismo; em todos os lugares da terra assim se entende. O velho costume da Cristandade, assinalando os templos com uma cruz, para dizer que esses templos são igrejas cristãs, é recomendável e proveitoso.

Sabe-se que os primitivos cristãos escolheram a palavra “peixe” como símbolo e sinal de identificação; isto porque, em grego, as letras desta palavra são iniciais da expressão: “Jesus Cristo Filho de Deus, Salvador”. Encontram-se também os sinais da cruz nas sepulturas dos primeiros crentes. Considerando, pois, e que a cruz foi o altar do sacrifício do Mestre e que este termo aparece no Evangelho como símbolo representativo de fé, de, confissão de pregação do Evangelho, de imitação, etc., somos de opinião que devemos marcar as nossas igrejas com a cruz, assinalando-as, para que o povo não confunda as nossas casas de oração com os centros espíritas (como têm feito), com as lojas maçônicas e com outras casas de reuniões. Achamos que não devíamos construir igrejas, dando-lhes feição imprópria de estilo grego, como os templos do paganismo. Devemos preferir o gótico, a arte ogival, enfim, igrejas que, para o povo latino como o nosso, não se confundam com as casa seculares.

Façam tudo para honra e glória de Deus.

(Extraído do “Expositor Cristão”, edição de 28-11-1936).

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