IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
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Natal
Rio, 7/1/2009
 

O duro sentido do Natal

Elias Boaventura


 

Quando pensamos no período do Natal, percebemos nele aspectos muito duros que nós, talvez pela carência e necessidade de colo que temos, procuramos esquecer.

Faz-nos muito bem saber que o Natal nos traz a mensagem do Emanuel, Deus conosco, e a certeza que em nossa existência não estamos sós. Por outro lado, precisamos de ver a tenra criancinha nos braços de sua generosa e afável mãe, ambas alentadas pelos cânticos celestiais que anunciavam o compromisso de paz entre os homens.

Tudo isto é muito doce, suave, e nos envolve em um ambiente terno de musicalidade e de luzes, preâmbulo do mundo melhor e da celeste paz que nos estão reservados no futuro.

Mas o Natal nos parece duro ao nos revelar que o Cristo nasce de uma simples camponesa relacionada a um trabalhador braçal, ambos extremamente carentes e despojados dos bens materiais, amigos de modestos pastores de ovelhas e que, por um período, viveram atmosfera de desconfiança familiar.

O Cristo nasce na instabilidade de uma viagem imposta pelo Estado opressor em que excluído, não tem acesso ao conforto ou pelo menos à segurança mínima. Nasce na estrebaria, entre os animais, porque não há espaço social para Ele, não há lugar nas estalagens, como não havia para ninguém das classes populares, que viviam à margem da sociedade.

O Natal, por isto representa severo julgamento sobre os responsáveis pela situação de injustiça. Maria, em seu cântico, diz claramente que os detentores do poder injusto serão destituídos de seus tronos, os especuladores geradores de miséria serão despedidos vazios e os famintos e explorados serão fartos de bens e alimentos.

O Natal é pesado ao dizer que onde há miséria e escassez das necessidades básicas todo poder é usurpação; e, toda riqueza, iníqua. Nenhum poderoso deve permanecer no trono e nenhuma riqueza terá sentido se ao redor deles houver manifestações de miséria e de fome entre os homens.

Nada contra os ingênuos pinheirinhos, os presentes, à idéia de ternura dos presépios, à intensa luminosidade natalina e nem mesmo nenhuma objeção ao espírito festivo, que une pessoas, famílias, igrejas e até empresas comerciais. Tudo isto faz parte do sentimento de que o Emanuel é Deus conosco; e que por isto precisamos celebrar o fato de estarmos permanentemente acompanhados.

O Natal é isto também, mas não fica só aí. Ele é clara manifestação de um Deus que se fez operário, que assumiu compromisso com os menos favorecidos, os desamparados, e que não tolera as injustiças políticas e sociais que não dão sentido à vida e as faz vazia.

Natal é ternura, musicalidade e muita luminosidade, mas além disto, e em primeiro lugar, é compromisso social de doação que os Magos cumpriram muito bem ao fazerem a entrega de ouro, incenso e mirra. É também opção pela intransigente defesa dos injustiçados, que em Cristo, Deus manifestou sobejamente ao revelar sua preferência pelos trabalhadores na pessoa do operário marceneiro, bem como da engajada e compromissada camponesa Maria.

FELIZ NATAL!!

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