Durante os dois últimos sofridos anos na UNIMEP, em função da crise provocada pela intervenção danosa que aqui se fez, escrevi e publiquei vários artigos sobre o problema.
Considero encerrado esse ciclo com a mudança de postura do Colégio dos Bispos, a aceitação da renuncia do Diretor Geral e a indicação do novo Reitor, motivo de alento para a comunidade interna.
Com os três últimos artigos em que faço um balanço da crise encerro este meu tipo de participação. Tomado de muita esperança parto para outra frente e procurarei apoiar a nova administração, cujos sinais tem sido até agora alentadores.
Meu muito obrigado a você que me acompanhou e que comigo participou deste período de aflição.
Não se trata agora de pendurar as chuteiras, mas de mudança de rumo, creio para melhor.
Neste sentido segue o primeiro artigo Balanço de uma crise 1.
BALANÇO DE UMA CRISE - 1
No processo de crise, que se tem vivido na UNIMEP desde os fins de 2006, até agora só há sofredores e se pode afirmar sem titubeios que a irracional intervenção redentora, como foi divulgada, se transformou em um grande fiasco e só conseguiu provocar enormes danos para todos os envolvidos.
Começo hoje por analisar as perdas sofridas pelo excelente corpo docente, que tem se caracterizado ao longo destes 30 anos de criação da Instituição por sua grande dedicação, que em curto espaço de tempo, a projetou de modo extraordinário no Brasil e além dele.
Em princípio este seguimento foi o que mais sofreu com a tentativa desumana de demissão em massa e humilhação sem precedente, que afetaram de modo imensurável o ânimo e as perspectivas do grupo.
Os professores conseguiram barrar a tentativa de demissão arbitrária, venceram de modo brilhante as batalhas jurídicas, mesmo assim, em função do ambiente interno perverso que se gerou , ocorreu a debandada de excelentes quadros que não suportaram calúnias, desqualificações e pressões de todo tipo e partiram em busca de melhor sorte.
Mais de 200 professores, entre os quais pelo menos 55 doutores pediram demissão e migraram para outras instituições congêneres onde se encontram em atuação.
Hoje o professorado se encontra destroçado, sua reposição tem custo elevadíssimo e exigirá tempo prolongado; os danos só não foram maiores graças a resistência bem organizada que a ADUNIMEP liderou com eficácia e muita firmeza.
É comum encontrar nos “campi” professores que perderam casas, carros, tiveram seus créditos cortados e foram parar no SERASA, além de muitos cuja saúde foi abalada seriamente e a estabilidade familiar ameaçada.
Entretanto, este segmento que sofreu perdas irreparáveis, liderado pela ADUNIMEP e órgãos acadêmicos internos, resistiu tenazmente, se organizou, vem batendo de frente com a opressão, e tem obtido nos últimos tempos, grande simpatia externa e decidido apoio e solidariedade internas com a participação da APROPI, AFIEP e DCE.
Não obstantes as grandes perdas que consideramos significativas, há que se ressaltar que a luta pela autonomia universitária liderada pelos professores representa uma demonstração de resistência exemplar e esta atuação, sustentada com sacrifícios sem medida, tem conseguido até agora salvar a Instituição de prejuízos maiores e sustentar seu projeto original, fruto de muitas lutas.
Em relação ao professorado e a crise pode-se concluir:
- Foi segmento mais perseguido e o que mais sofreu.
- O corpo docente encontra-se em frangalhos, perdeu a maioria de seus doutores, sofreu redução significativa de salários, se encontra muito sofrido mas não deixou esfriar seu amor pela Casa e não arredou pé de seus deveres e direitos.
- O que magoou muito o professorado foram as insistentes tentativas de desqualificação e o desrespeito com que a Direção Geral os tratou.
- Neste balanço há que se ressaltar, que não obstante toda sorte de opressão sofrida e a grande instabilidade os professores continuaram cumprindo com esmero suas obrigações e conseguiram evitar perdas maiores, especialmente para os alunos.
Para que a UNIMEP recomponha seus quadros docentes há que se empreender forte investimento e terá que começar a fazê-lo já, até pelas exigências do MEC, cuja comissão de avaliação já se encontra acionada.
Com a perceptível mudança na postura do Colégio dos Bispos, que já marcou presença por duas vezes em Piracicaba e pela oração do Bispo Paulo Ayres que pediu perdão pelos equívocos aqui cometidos e também em função da chegada do novo reitor, portador de credibilidade, já se percebe uma esperança maior no professorado, que novamente se mostra aberto ao diálogo e disposto a ajudar na reconstrução da UNIMEP dentro de um espírito de parceria e de transparência nas ações.
Os professores perderam muito mas não perderam a esperança e a disposição para prosseguir a luta em defesa do projeto UNIMEP.
Em meu próximo artigo quero considerar as grandes perdas da Mantenedora ocorridas pelo modo lerdo como sua cúpula se comportou em relação à infeliz intervenção durante estes dois anos de sofrimento.
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