IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
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Rio, 14/8/2009
 

Balanço De Uma Crise – 3

Elias Boaventura


 

Com o semidesfecho da crise no principio de 2008, prometi que analisaria as perdas sofridas por todos os segmentos da UNIMEP e o fiz em relação a dois deles: Os professores e à Igreja.

Adoeci, simultaneamente fui atingido por uma preguiça danada e perdi a capacidade de examinar as perdas da UNIMEP institucional, talvez pela resistência de admitir o retrocesso dela pela ação nefasta da intervenção sofrida.

Tento hoje fazê-lo, embora me pareça tarefa ainda difícil não só pelas complexas implicações que ela traz e também pela clara participação crítica que tive no processo, mas creio que vale tentar.

Entendo que a UNIMEP instituição foi apequenada, sofreu forte esvaziamento, viu severamente seu projeto alternativo vivido desde seus primeiros dias nas décadas de 1970 e 1980, ser empurrado ladeira abaixo.

Pelo ataque antiautonomista e anticonfessional que sofreu, a UNIMEP perdeu professores qualificados, funcionários que nela atuavam de modo apaixonado, viu comprometida a harmonia interna e também a paz que sempre presidiu o relacionamento no interior da instituição.

Os unimepianos sentiram-se sem chão ao perceberem que os novos dirigentes, com o apoio do Colégio dos Bispos, reduziam a zero o valor de suas conquistas históricas, desprezavam os fundamentos que as inspiraram incluídos no Credo Social, nos documentos Vida e Missão e Diretrizes para Educação da Igreja Metodista adotaram princípios mercadológicos muito semelhantes àqueles presentes em instituições concorrentes, caça níqueis.

Tais atitudes preocuparam o MEC, a CAPES e outros órgãos governamentais, sobretudo pelo estrago que provocaram em seus conceituados programas de Pós-Graduação com a dispensa de grande número de competentes doutores e mestres, de modo tão selvagem, o que repercutiu negativamente na avaliação do MEC e reduziu seu conceito a nota 3, muito abaixo da posição que sempre manteve no ranque.

Neste gesto foram jogados para o ar, de modo absolutamente irresponsável, pesados investimentos feitos com sacrifício na preparação de docentes ao longo dos 30 anos de existência da Instituição.

Mesmo que daqui para frente tudo corra bem, esta erosão provocada terá custo muito elevado e por mais eficiente que se possa ser não se fará o reparo do estrago em menos de dez anos.

Tudo isto ocorreu em nome da necessidade de pagamento de suposta enorme dívida, que no período, além de não sofrer redução, ganhou perfil muito mais exigente e multiplicou por três o número de credores, agora representados por bancos, pelo Estado e organizações representativas de categorias dos trabalhadores.

Estas imprudências abriram oportunidade aos concorrentes recém-chegados à Piracicaba, ofereceram a eles espaço na bandeja, aspecto que me parece perda irreversível e reduziram a demanda de alunos.

De qualquer modo a UNIMEP sofreu descomunal retrocesso, sua “marca”, embora ainda forte, foi vítima de grande desgaste, perdeu muito de sua autonomia, de sua capacidade de pesquisa e viu seu projeto acadêmico alternativo execrado como se ele fosse inviável e o responsável pela situação criada, fruto na realidade de acumulações patrimoniais, responsabilidade da Mantenedora e não de sua natureza alternativa.

Ela não voltará a ser a mesma das décadas anteriores e não se deve aspirar a isto, porque os tempos mudaram, mas continuará espaço de testemunho autonomista e verdadeiramente confessional, trincheira de luta.
Não há dúvidas que a UNIMEP foi diminuída, humilhada, sofreu danos muito sérios e pagou preço alto na defesa de seu direito de ser autônoma e alternativa. O processo de restrição a ela continua por meio de procedimentos puramente empresariais e autoritários da mantenedora, emanados do que se tem chamado rede.

Apesar das grandes perdas, a UNIMEP passará por esta borrasca e daqui para frente provocará uma irresistível saudade, pelo papel que representou, funcionará como julgamento muito severo sobre a Igreja Mantenedora que a inspirou, e agora, incorporando os sinais dos tempos a abandonou.

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