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Instituições da Igreja |
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Rio,
20/10/2009
Novos Ares
Elias Boaventura
Decididamente, ao comemorar seus 34 anos de existência, a UNIMEP constitui uma instituição viciada em esperança. A após a violenta refrega que sofreu por órgãos insensíveis da Mantenedora, bastou um simples sinal de boa vontade para que ela retomasse seu ânimo e voltasse a viver o entusiasmo que sempre a caracterizou. Durante a tempestade que a atingiu nos últimos anos perdeu cerca de 2.000 alunos, 200 professores, a maioria doutores, significativo número de antigos e apaixonados funcionários que fez dela não só sua oficina de trabalho, mas seu mundo, e centro de sua existência. Com seu orçamento reduzido ao extremo, viu-se rodeada por aves agoureiras, que vaticinaram seu fim, propalaram sua falência, anunciaram sua venda, relacionando para isso os mais estapafúrdios argumentos, na maioria fictícios, com finalidade apocalíptica, que inegavelmente chegou a assustar. Mas a jovem universidade revelou sua têmpera, sua autonomia e sua garra. Reagiu às pressões derrotistas e expulsou de seu interior, por força da união de sua comunidade interna, seus algozes, alguns aliados do próprio Conselho Diretor da Mantenedora e os fez recolher cabisbaixos ao seu reduzido mundo, de onde nunca deveriam ter saído. Quem frequenta seu principal campus, o Taquaral, ainda vê por todos os lados os sinais das atrocidades que sofreu, presentes em seu corpo vivo, ainda sofrido, representado por seu abnegado quadro de servidores. Não é, entretanto, este o quadro que predomina nem o estado de espírito que a caracteriza hoje. Seu Conselho Universitário respira esperança, sua administração, atualmente com procedimentos fortemente colegiados, embora ainda informais e lentos por força da complexidade do processo, transpira credibilidade e merece a confiança dos segmentos internos. Com grande número de cursos estrelados, com seus programas de Pós-Graduação impulsionados por sua dedicada docência, pela boa vontade e a participação dos discentes e funcionários, a UNIMEP ressurge como uma adolescente fogosa, revelando uma energia sem par, que só não surpreende àqueles que a viram nascer ainda em meio à influência do danoso golpe militar, que assolou o País e que ela enfrentou com galhardia e determinação. Nela, neste momento, vê-se chegar ao fim a demonização dos sindicatos e entidades representantes dos segmentos internos, percebe-se que é falsa a idéia da existência de um professorado mercenário que só estaria pensando em altos salários e até a monstruosa dívida, considerada impagável, ganha patamar administrável o que se pode perceber com a priorização do pagamento dos salários e os animadores acenos para um futuro melhor e não tão distante. A comunidade unimepiana, agora com um Reitor acadêmico e hábil, tem chegado à conclusão que as soluções para seus problemas devem partir de seu próprio interior e que os mantenedores formais ajudarão muito se se mantiverem cautelosos e não a atropelarem com medidas insanas, precipitadas e arbitrárias. Como a instituição é confessional e as pessoas aqui vivem sustentadas pela fé, é natural que possam esperançar até por este milagre. Afinal já “pesadelamos” muito e agora temos o direito de experimentar novos ares e de voltar a sonhar. (Outubro/2009)
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