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Rio, 10/11/2006
 

A crítica de Jesus

Bispo Paulo Lockmann


 

1. O Templo e o Sacrifício
Se queremos analisar a crítica de Jesus ao sacrifício e ao Templo, e também a classe sacerdotal que exercia o poder nesta instituição da Religião Judaica, devemos considerar, ainda que não exaustivamente, a instituição do templo e seu papel econômico, social e político; assim como outras instituições que se encaixam com certa centralidade no confronto de Jesus com a religião judaica. Isto faremos mais a frente na forma de exposição exegética a textos específicos.


a) O Templo de Herodes

O Templo da época de Jesus foi mandado construir por Herodes, que iniciou sua construção sobre o que restara do segundo templo, o qual havia caído perante o cerco das tropas de Pompeu em 63 A.C. (1). Sua estrutura básica teve conclusão após dez anos. O Templo de Herodes era tolerado pelos judeus, visto que tinha sinais visíveis da presença pagã. A fortaleza Antonia, em sua esquina Noroeste. era onde os sacerdotes iam buscar suas vestes sagradas, ali residia o procurador romano e também se alojava a guarnição romana. Além disto, como bem aponta G. Theissen(2) , sua construção de estilo helenístico não ajudava sua plena identidade judaica. O templo, como veremos, havia se tornado em, um instrumento ideológico-religioso da dominação econômica, social e política romana.


b) A estrutura do Templo

O Templo era constituído basicamente da esplanada que tinha dois átrios, o maior e externo era o átrio dos gentios, de ingresso permitido a todas as pessoas, sem distinção de raça nem religião. Este átrio estava cercado de pórticos, sendo o mais concorrido o de Salomão, onde se reuniam os rabis para exercerem seu ensino, ali se instalavam os cambistas, e do mesmo modo os vendedores de pombas e outros animais destinados ao sacrifício, neste espaço inicia Jesus o seu ato de purificação do Templo (Mateus 21: 12-13); deste átrio passava-se ao átrio interior, onde havia um limite na entrada, no qual estava escrito em grego e latim que era proibida a entrada de gentios, sob pena de morte (Atos 21: 28). Este átrio interior, como se pode deduzir, era área considerada santa, dava ingresso a ela através de nove portas, a maior e mais bonita ficava ao leste e era chamado de Porta Formosa (Atos 3: 2). A partir da Porta Formosa iniciavam-se três átrios interiores, descobertos e separados: o primeiro átrio era o das mulheres, o segundo era o átrio de Israel ou dos homens, e o terceiro dos sacerdotes. Em um canto a esquerda do santuário estava o Sanhedrin, o conselho de Israel presidido pelo Sumo-Sacerdote, e local de profunda importância política. A construção já nos mostra uma estruturação ideológica, pois a passagem para cada uma destas partes do templo era feita subindo cada vez mais degraus até chegar o santuário, como também para o Santo dos Santos, lugar de acesso ao Sumo-Sacerdote, que era na época de Jesus posto e deposto em diferentes momentos, ora por Herodes e também pelos romanos. Com isto o Templo perdera a dignidade do período hasmoneu, quando os Sumos-Sacerdotes eram sucedidos hereditariamente. Vejam ainda que a estrutura ascendente indicava que os sacerdotes estavam mais pertos de Deus, e por isso exerciam poder. Trata-se de uma mistificação religiosa-ideológica que legitimava status quo.

Assim o Sumo-Sacerdote era o grande chefe religioso da nação israelita, líder de todas as atividades do Templo e com incontestável influência na vida nacional, presidia o Conselho Sanhedrin, ao qual cabia dirigir e orientar o povo na obediência a Torah. Cabia a ele a presidência dos grandes cultos nacionais, como o dia da Expiação, e com freqüência na Páscoa. Caifás (18-36 D.C.) foi o Sumo-Sacerdote do período do ministério de Jesus.

É realmente característico que os interesses do povo estavam sujeitos antes ao cumprimento dos objetivos políticos de Roma, a qual através do Sumo-Sacerdote entrava no Santo dos Santos e presidia Sanhedrin, usando visivelmente a fé israelita como instrumento para legitimar um projeto político de dominação. Sem dúvida a classe sacerdotal e toda hierarquia comiam da mão do dominador estrangeiro e a ele serviam. Nós, o que vivemos no Continente Latino-Americano, conhecemos isto, o Imperialismo do Norte tem usado muitos movimentos de missões cristãs para encobrir um projeto de colonização e opressão, e sob sua bandeira tem perpetrado verdadeiro genocídio de nações indígenas e de exploração do povo Latino-Americano.


c) A função econômica do Templo
A partir dos vinte anos todo israelita devia encaminhar anualmente o chamado imposto do templo. Arrecadadores recebiam este imposto, não apenas em Israel, mas também em todo mundo grego-romano. O Templo possuía sua própria moeda, daí a necessidade dos cambistas. Em torno ao Templo e suas atividades cultuais e sacrificiais viviam, além das centenas de sacerdotes, levitas e famílias; haviam os profissionais que serviam a estrutura e funcionamento do Templo, como a família Garmo que preparava os pães da proposição, a família dos Entinos, a qual cabia os perfumes e incensos usados no templo; estas famílias, segundo informe de J. Jeremias(3), chegaram a fazer greve por melhoria de salários, e segundo consta tiveram êxito. Além destes haviam os que trabalhavam na construção do Templo, que só ficou concluído em 64 D.C., nesta obra, que teve diferentes momentos de intensidade, trabalhavam de ourives a pedreiros.

Além deste operariado haviam os comerciantes que viviam a custa do movimento dos peregrinos, vindos não só de Israel, mas também de toda a Diáspora. O Templo servia também como grande celeiro para acumulação da produção de Israel, todo o lavrador tinha que separar 12% de sua colheita e criação para pagar o dízimo sacerdotal e oferta alçada, e mais um segundo dízimo para os "pobres" ou como provisão depositada no Templo(4) . Isto sem falar que eles deviam oferecer seus sacrifícios, e para isto tinham de adquirir os animais considerados sem mácula e que só eram vendidos em Jerusalém, principalmente na explanada do templo.

Com isto vemos que o Templo era usado também como instrumento de expropriação econômica, tudo em nome da fé israelita. Assim a dominação política, econômica e o controle social era fundamentalmente realizado através do Templo, o controle político-social se espalhava pelas províncias através das Sinagogas, formadoras que eram da cidadania e da consciência histórica do povo judeu.

A expiação dos pecados do povo, através do sacrifício, criava não só uma clientela econômica cativa, mas também uma dependência concreta, já que a vida nacional e seus caminhos de prosperidade econômica dependiam da "benção" que viria do sacrifício expiatório realizado no templo, daí o papel fundamental do sacerdócio e do culto, como forma de dominação econômica, social e política.

É neste quadro que entra a crítica de Jesus ao Templo e ao culto sacrificial, mais pelo que ele representava em termos de infidelidade, dominação e exploração, como veremos em diferentes textos que ilustram esta crítica.


2. A Purificação do Templo e a Sentença Profética contra o Templo por Jesus Mateus 21: 12-13; 24: 1-2)

A crítica de Jesus ao Templo e ao sacrifício ocorre de muitas formas, pois o confronto de Jesus com os Fariseus e Saduceus é uma das principais tramas dos Evangelhos, trama que acaba justificando sua morte, por sinal inevitável, pela profundidade que este conflito vai adquirindo no Evangelho. É verdade que cada comunidade, base produtora do texto, vê o conflito de modo existencial, sempre à luz de seu testemunho e caminhada de fé, por isto as diferentes formas de abordagem expressa em cada Evangelho. O nosso texto é o de Mateus, sem deixar de lado uma ou outra abordagem de outros textos dos Evangelhos que nos ajude a clarear a crítica de Jesus a sociedade israelita do século I, principalmente a religião judaica, ao Templo e ao sacrifício, naquilo que eles representaram de dominação econômica-política, a serviço da opressão do Imperialismo Romano.

O primeiro texto é o da purificação do Templo em conjugação com a sentença profética da destruição do mesmo, isto por entendermos que neste sentido a seqüência narrativa correta seria a que se encontra em João 2: 13-22, a purificação seguida da sentença sobre a destruição escatológica do Templo. Embora estejamos optando pelo texto de Mateus, por razões que veremos à frente.

A questão do relato da purificação do Templo e a profecia da destruição do mesmo começa antes de tudo numa polêmica histórico-literária, já longamente discutida(5), a qual nos limitaremos a identificá-la, sem no entanto nos dedicarmos a discutir longamente as diferentes posições dos exegetas, visto que nossa abordagem, mais que uma investigação literária, busca uma interpretação sociológica do texto.

A posição do relato no contexto do ministério de Jesus tem sido um dos temas mais polemizado. Quando teria Jesus procedido a expulsão dos cambistas e comerciantes do Templo? No início do seu ministério, como sugere o Evangelho de João? Ou no final do seu ministério como apresentam os Sinóticos? Pessoalmente entendo que este deve se localizar no final, isto por razões que veremos a seguir.

Na própria redação Sinótica há uma diferença, já que Lucas e Mateus não seguem a Marcos na seqüência dos episódios, pois colocam o texto logo após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, enquanto Marcos situa o episódio um dia após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Assim é que a maneira de posicionar o relato em Lucas e Mateus parece mais lógica.

O texto da purificação deve ser posto no término do ministério, por ser o culminar de um confronto que começa logo no início do ministério de Jesus, confronto este com escribas e fariseus, que vai seguir-se do confronto com a classe sacerdotal, e ocorre pelas críticas feitas por Jesus a religião como um todo, o legalismo formal rabínico e ao sacrifício, em particular, como centro vital do culto judaico. Assim, a purificação do templo torna-se em confronto vital, o qual vai ser uma das acusações feitas pelos judeus contra Jesus (Mateus 26: 60-62); o acusam de tentar destruir o templo, ou seja, de ameaçar a estrutura do poder político-econômico que ele representava. Tal crítica foi antecedida da crítica a um ensino desenvolvido a partir da Sinagoga. A rejeição do Templo testifica a rejeição da Sinagoga, que no Evangelho de Lucas ocorre logo após o discurso da Missão (Lucas 4: 16-21). Fica claro nos Sinóticos que a Missão de Jesus conflita com a Missão da oligarquia religiosa de Israel, representada no Sinédrio por Sacerdotes, Escribas e Anciãos.

A purificação do Templo, com a expulsão dos vendedores e cambistas, deve ser vista em Mateus dentro de uma ordem literária e teológica muito intencional: 1. Mateus 21: 1-11 - Jesus, o Rei e Messias, entra e é aclamado em Jerusalém pelo povo. Jesus, o Messias, toma posse da cidade; 2. Mateus 21: 12-17 - Jesus como Messias e Rei toma posse do Templo. A purificação é um ato de posse, pois uma nova ordem se inicia. O clima é o do Dia do Senhor, pois a purificação é seguida da cura em recinto sagrado dos ritualmente impuros, os cegos, e os coxos são curados, um verdadeiro clima apocalíptico, é como se a revelação do Dia do Senhor já começara a ocorrer. É interessante notar que toda estrutura teológica-ideológica, que legitimava a ordem social e política é questionada pelo Messias-Jesus, o que era sustentado pela oligarquia religiosa-política do Templo como puro, tem que ser purificado, pois não era, e os filhos de Israel, cegos e coxos, eram classificados como impuros pelos mesmos religiosos, e por isso proibidos de entrar no Santuário, nele ingressam e são purificados pelo verdadeiro Senhor, Jesus, é de fato o dia da visitação de Israel, de Jerusalém e do Templo pelo Senhor.

Tal fato, é fortalecido pela perícope seguinte: Mt 21: 18-22, é uma condenação profética à "figueira", que é Israel.

Já a profecia sobre a destruição do Templo, inaugura em Mateus, o sermão apocalíptico de Jesus, antecedido pelos Ais Proféticos contra os escribas e fariseus. Tal sentença profética de Jesus contra o Templo, mostra que Jesus consegue perceber, à luz da interpretação da comunidade cristã de Mateus, que o Templo encerrava toda a sede de poder que se opunha ao Reino dos Céus (Deus), tema da pregação do Messias em Mateus, o Reino dos Sacerdotes, se apropriara do sagrado e da causa de Deus para servir aos seus interesses. O mesmo que fizeram com a Igreja, os reis das potências coloniais da Europa, em nome de Deus perpetuaram a opressão e o engano contra o povo a quem deveriam servir.

Em função deste quadro, pode-se entender a preocupação que a postura de Jesus gerou em meio às autoridades judaicas organizadas no Templo, a sentença de destruição do templo provocou uma associação com as multidões que aclamavam Jesus, gerando quem sabe temor de um levante em Jerusalém, isso não interessa aos romanos, tampouco as autoridades judaicas. Alguns exegetas tem apontado esta acusação como a principal causa que envolvera Pilatos, no processo de Jesus, a destruição do Templo levantara suspeita de um levante popular, isso precisava ser superado matando o profeta e líder.


3 - Mt 9: 10-13 - Publicanos e pecadores, categoria de marginalidade, o sistema de pureza como forma de dominação

Cafarnaum é o local e o quadro histórico-social deste relato. Havia ali um importante posto de cobrança de impostos (télos), e os funcionários conhecidos como cobradores de impostos ou publicanos (telônes), não gozavam de nenhum respeito ou consideração social, eram mesmo odiados. Estes cobradores de impostos, na área de Cafarnaum, estavam a serviço do Herodes Antipas, donatário que era perante Roma da administração desta região. Isto tornava os impostos mais opressivos, visto que os publicanos cobravam para Herodes, que por sua vez o fazia para Roma, em cada nível os impostos eram acrescidos de taxas. Estes impostos podiam ser de diferentes naturezas: uso de estradas, pontes, diferentes artigos comerciais (como artigos raros, vindos de lugares distantes), escravos, roupas, etc. Os publicanos eram considerados impuros, principalmente por seu relacionamento com os gentios, e tornarem-se, freqüentemente infratores de disposições legais rabínicas. Além disso, eram tidos como traidores do povo de Israel. A classificação publicanos e pecadores era um sinônimo, carregado de sentido político-religioso. Dentre esta gente Jesus convoca Mateus (Levi), para ser seu discípulo.

A postura de Jesus se choca com os limites impostos pelo Farisaísmo, ninguém ousava ultrapassá-lo. O Evangelho de Mateus, trabalha esse texto nesse confronto extremamente vital, para o Evangelho, a norma Farisaica, não é sinônimo de justiça. Justiça quem realiza é o Messias-Jesus. Em Mateus e Marcos, Jesus é o grande acusado: Por que come vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Já em Lucas todos são acusados, não se destaca a postura de Jesus da comunidade dos discípulos. Sem dúvida quem se acercou dos publicanos e pecadores foi Jesus, é muito difícil crer que os discípulos tenham enfrentado as prescrições rabinícas e sacerdotais do puro e impuro. Certamente, quando se envolveram com publicanos e pecadores o fizeram no rastro da atitude de Jesus. Assim, certamente, a versão de Mateus preserva mais de perto o confronto original.

É sempre importante sublinhar que os publicanos eram sempre funcionários, empregados públicos ou de um donatário de uso de bem público(6). Tais donatários de cobrança de impostos, inclusive do imposto pessoal, tornaram-se muito influentes, a ponto de se tornarem uma força política, os chamados herodianos estavam ligados a esta oligarquia política-financeira. Estes empresários não tocavam no negócio "impuro" da cobrança dos impostos, usavam escravos e servidores em geral(7). Entre os quais havia uma hierarquia, de publicanos e chefe dos publicanos, conforme atesta a linguagem dos evangelhos, telônes e arqui-telônes; Zaqueu é chamado de arqui-telônes, um chefe dos publicanos. A verdade é que o povo é usado contra ele mesmo, para exercer a opressão e a discriminação, estabelecida pelos governantes. Neste sentido, carregamos ainda hoje esta contradição em nossa terra latino-americana, o povo sendo usado contra si mesmo, contra seus interesses sociais. Jesus, atua para dar consciência ao povo dessa situação, ele não endossa o estigma de que os publicanos eram impuros e deviam ser odiados, ele tenta reunir o povo acolhendo a todos numa nova comunidade, a comunidade do Reino, onde o critério era a misericórdia e a justiça, em oposição a opressão e a discriminação. Tal opressão era legitimada pelo sistema religioso amparado na Sinagoga e no Templo.

O que certamente representa um desafio especial no texto é o uso do Profeta Oséias, o que ocorre especificamente em Mateus. Há, sem dúvida uma relação direta com a religião de pompa, sacrifícios e festas solenes, porém sem a conversão ao pobre, ao órfão e à viúva, aqui como nos profetas, o Judaísmo está sendo acusado de tornar-se uma religião de rituais, mas sem justiça. Este tema era um dos alvos especiais da crítica dos profetas (Os 6; Am 5: 20-25; Is 1: 10-17; Jr 7: 21-27). Neste círculo de rituais se insere as celebrações cristãs, após o desembarque das tropas invasoras em terras da América. Um ritual que não está a serviço de Deus, tampouco a serviço do pobre, mas a serviço do opressor. Jesus estava anunciando que faltava o amor, a justiça, a misericórdia.

Junto a crítica ao Culto e ao Sacrifício está a crítica ao sistema do puro e impuro, estabelecido no templo e o designativo amartolôi = pecadores, traduz a forma prática da dominação do sistema do puro e impuro na vida do povo. Os "pecadores" era a expressão que designava um grupo específico de pessoas com características sociológicas próprias, já não eram somente os que exerciam as profissões consideradas impuras, conforme classificação encontrada nos diversos escritos rabínicos. Os pobres e incultos eram qualificados desde estes textos pecadores, que na verdade designava sua impureza ritual = religiosa, e o colocava ideologicamente na sociedade em posição inferior, isto significava economicamente uma condição também de opressão, estabelecendo assim uma situação irreversível, pois a causa era religiosa e o responsável, Deus, segundo o farisaísmo e o sistema legitimado a partir do Templo. Assim, a exploração e dominação do povo pobre se explicava desde uma ideologia procedente da elite religiosa sediada na Sinagoga e no Templo.

Na conquista colonial na América o genocídio e a opressão encontraram justificativas religiosas, pois foram perpetuadas em nome da evangelização e da hierarquia cultual do "rabinismo cristão" sediado na Europa.


CONCLUSÃO

Hoje, às vésperas da "comemoração" dos 500 anos de Evangelização da América, cabe a nós cristãos latino-americanos uma reflexão e discussão sobre até que ponto, neste processo, a Igreja não foi usada como fora o Templo em Jerusalém, para legitimar interesses colonialistas e Imperialistas. Roma adquiriu na América outros nomes, que pode ser Espanha, Inglaterra, França, Portugal. E, hoje, quando o colonialismo segue sendo perpetuado, sempre em prejuízo dos povos indígenas, latino-americanos, mas não somente, mas também os trabalhadores em geral seguem dando seu sangue para manter a orgia iníqua de Roma. Afinal, continua em ordem a palavra do Profeta Oséias nas expressões de Jesus: "Aprendei o que significa: misericórdia quero e não sacrifício".


CITAÇÕES:
1) Leithldt e Ghundmann, Umwelt Des Urchristentrums - Evangelische Verlagsastalt - Berlin, 1971, pág. 175 (Há tradução em Espanhol - Ed. Cristiandad - Madrid)

2) Theissen, Gerd - Studien Zur Sociologie Des Urchristentrums/Die Tempelweissagung Jesu - Ed. J.C.B. Mohr, Tübingen, 1983, pág. 152 (Há tradução em Português)

3) Jeremias, Joaquim - Jerusalém no tempo de Jesus - Ed. Paulinas, 1983 - São Paulo - pág. 73

4) Clévenot, M. - Lectura Materialista de la Bíblia - Ed. Sigueme Salamanca, 1978 - pág. 97

5) Cito especialmente os grandes comentaristas, mas especificamente do Evangelho de João. São eles: C.H.Dodd, R.Bultmann, C.K.Barret, Bonsirven,Braum

6) Sand, Alexander - Das Evangelium nach Matthäus, Verlag Friedrich Pustet, Regensburg, 1986, pág. 541.

7)Schottroff, Luise

Stegemann, Walfgang - Jesus von Nazareth, Hoffnung der Armen - Verlag W. Kohlhammer, Stuttgart - Berlin - Koln - Mainz - 1978, pág. 26.

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