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Jesus
Rio, 29/4/2011
 

Os Compromissos de Cristo Ressurreto

Elias Boaventura


 

Jesus, desde sua infância e ao longo de sua existência, assume claramente sua identidade de um Deus deste mundo e sua indiscutível preferência pelos menos favorecidos como já nos revela o Cântico de Maria.

Nasce de uma família de trabalhadores braçais, assume a defesa dos marginalizados na pessoa da prostituta em julgamento e seu modo de agir levanta suspeita a João Batista, que manda lhe perguntar se Ele, tão estranho assim, era o Cristo. Sua resposta veio firme, rápida e contundente na afirmação de sua missão libertadora: “Caminho em defesa dos cegos, dos coxos, dos leprosos, dos surdos e procuro restituir a vida aos mortos”.

Após a ressurreição, Cristo mantém a mesma orientação e continua revelando seu compromisso com os fragilizados de todo tipo, como os relatos dos Evangelhos sobejamente nos informam.

É sintomático, que sua primeira aparição após a ressurreição seja às mulheres, à época muito discriminadas, e a elas confia a nobre missão de ir convocar os companheiros para a difícil caminhada de libertação.

Por outro lado, também constitui aspecto interessante que a ordem dada a seus seguidores é para que fossem para a difícil Galiléia dos aflitos, marcada pela suspeição generalizada, habitada por um povo considerado complicado, o que levou um dos interlocutores a inquirir se de lá poderia vir alguém que prestasse.

Estes dois momentos: uma parceria com as mulheres fragilizadas por condições sociais adversas e a preferência por uma Galiléia discriminada pelo poder constituído da época reafirmam a postura sustentada por Cristo ao longo de sua vida, de um Deus daqui, participante efetivo da vida social e portador de mensagem muito clara de preocupação e solidariedade com todos os explorados e injustiçados.

O Ressurreto não vai aos palácios dos poderosos em Jerusalém e prefere conviver com os pescadores frustrados com o fim do trabalho que realizam sem produção; caminha junto a retirantes amargurados e desiludidos com o sonho julgado perdido, acompanhando-os na longa e difícil caminhada por poeirentas estradas, indicativos efetivos das dificuldades que pode encontrar o ser humano ao longo da vida.

Este é o Deus-gente, que a ressurreição nos revela, compromissado com os problemas humanos e que claramente toma o partido dos fracos e deles se faz parceiro nos embates com os opressores. O Deus que a ressurreição nos apresenta é companheiro, que caminha com o ser humano, lhe faz companhia e o acode nos momentos de grandes aflições.

Certamente, que não se trata de uma espécie de seguro de vida, ou de uma proteção contra eventuais agoureiros da existência. Ao contrário, o acompanhamento se dá na luta conjunta, em uma parceria em defesa dos que sofrem opressão de qualquer espécie, porque a companhia do Cristo nos faz companheiro.

Páscoa é isto, celebração da vitória da vida sobre a morte, fim do desamparo e da solidão, porque o Ressurreto se faz permanente acompanhante na caminhada da vida, indicando que sempre depois das sextas-feiras sofridas vem o sábado da aleluia e a alegria de uma vida repleta de momentos de ressurreição e de surgimento do novo.
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* Elias Boaventura é professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep e ex-reitor.

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