"Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor,
preparando-lhe os caminhos, para dar ao seu povo conhecimento da salvação,
no redimi-lo dos seus pecados,graças à entranhável misericórdia de nosso Deus,
pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas
trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz."
(Lc 1. 76-79)
1. Chega de Apagão.
Um dos grandes desafios do governo brasileiro é buscar novas fontes de energia para nutrir o desenvolvimento brasileiro. Há algumas décadas, o sol passou a ser cada vez mais reconhecido como fonte de energia. Em nosso caso como país tropical, o sol brilha o ano inteiro, o potencial será ilimitado.
Recentemente, tivemos apagões que ocasionaram transtornos em todo o país. Há alguns dias, em nossa rua, em função de obras na rede elétrica, ficamos sem energia durante 8 horas; foi um transtorno geral. Assim como o governo está empenhado em prover energia para que tenhamos luz e possa haver energia e vida para os brasileiros, nós, Igreja do Senhor, precisamos dar mais lugar ao sol nascente das alturas (Jesus, a Luz do mundo conforme João 8.12), para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte. Mas, do mesmo modo que acidentes ocorrem e causam quedas de energia e falta de luz em muitos lugares do Brasil, o mesmo tem ocorrido com a Igreja; vejam a advertência da Palavra:
"Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta:
que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos
comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos
a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1Jo 1.5-7).
Por isso, o profeta Malaquias anunciava a vinda do Sol da Justiça:
"Mas, para vós outros que temeis o meu nome, nascerá o sol
da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis
como bezerros soltos da estrebaria." (Ml 4.2).
Visão confirmada pelo Cântico de Zacarias no texto acima citado. Jesus é o Sol da Justiça, vindo ao mundo para alumiar e atrair os que estão em trevas.
"O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na
região e sombra da morte,resplandeceu-lhes a luz." (Mt 4.16).
Mas, nuvens surgem na caminhada e permitimos que sombras impeçam que a "luz do céu - Jesus", entre plenamente. Coisas deste mundo se interpõem entre nós e Jesus, a luz do mundo. Nossa percepção Dele se obscurece e vamos enfraquecendo e refletindo pouco a sua luz.
Por isso, irmãos(ãs), precisamos estar alertas a qualquer coisa que possa se intrometer entre nossa alma e o nosso Senhor. Que coisas são essas? O que nos impede de obter um relacionamento puro e aberto com Ele, de modo a refletirmos intensamente a sua luz? Há coisas na minha vida e da minha igreja que estão obscurecendo a Luz do Evangelho de Cristo. Vou tentar apontar brevemente algumas coisas, mas estimulo a fazer uma breve reflexão chamando sua liderança ao jejum e à oração, para meditarem nas perguntas acima.
2. Vencendo as trevas e deixando a "luz do Céu entrar".
a) Uma visão orgulhosa e auto-suficiente de nós mesmos.
Os nossos maiores inimigos estão dentro de nós mesmos. Paulo deu um suspiro profundo sobre isso, dizendo:
"E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações,
foi-me posto um espinho na carne,mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que não me exalte. (2Co 12.7).
Paulo aprendeu com Deus, da maneira mais difícil que foi conviver com uma enfermidade, para que não se exaltasse, disse o próprio Paulo.
Vivemos e vemos um festival de vaidades na Igreja Evangélica. Temos astros demais. Isso nos contamina e inevitavelmente impede o brilho do "Sol da Justiça", Jesus, aquele que deve brilhar em nosso meio. "É necessário que Ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30), disse João Batista. Por isso, sigamos o conselho de Paulo:
"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." (2Co 3.18).
b) Precisamos ser crucificados com Cristo. Dominar a nossa carne pecaminosa.
Há muito pecado em nosso meio, e isso escurece a nossa vida e afasta a presença do "Sol - Jesus" e o calor, energia e poder do seu Espírito em nós. Diariamente nos deparamos com apelo de nossa carne, a tentação é frequente. Recorro a Paulo para encontrar caminho nesta situação:
"Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu,
de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas,
segundo a carne, da lei do pecado."(Rm 7.24-25).
Seguindo a advertência, Paulo faz outra recomendação aos Romanos, que vale muito mais para nós.
"E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono;
porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai
alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos
das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e
bebedices, não em impudicícias e dissoluções,não em contendas e ciúmes;
mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no
tocante às suas concupiscências." (Rm 13.11-14).
Irmãos e irmãs, estamos vivendo uma hora muito séria, e a maior necessidade do Brasil e do mundo é um grande avivamento espiritual. Para que isso aconteça, é necessário arrependimento e quebrantamento no meio do povo de Deus. Precisamos abandonar a indiferença pelas vidas sem Cristo, nossa falta de oração, a sonolência espiritual e passividade. Arrepender-nos de nossas brigas carnais em busca de posições e cargos. Confessar pecados e nos arrepender-nos no pó e na cinza de nossos pecados, da falta de crescimento. Voltemos o nosso rosto a Jesus, o Sol da Justiça, e sejamos iluminados.
b) Brechas nos nossos relacionamentos.
Falta de perdão e reconciliação entre nós entristece o coração de Deus, e lança trevas sobre nós. Não é possível estar bem com Deus, sem estar bem com os irmãos e irmãs. Examinemos nosso coração, vejamos se estamos em paz com todos. Se não, busquemos quem o Espírito nos mostra que há algo no nosso relacionamento que não é de Deus: mágoa, ira, ressentimento. Tais coisas como estas afastam a presença de Deus em nós. Se necessário for, se humilhe, mas se empenhe em buscar a paz e a reconciliação com todos, isto atrairá a bênção, a luz e o poder de Deus sobre a nossa vida.
Novamente Paulo advertiu a Igreja em Corinto sobre este tema e nos serve de exemplo.
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a
mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente
unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois, a vosso
respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de
que há contendas entre vós." (1 Co 1.10-11).
Precisamos utilizar de maneira mais espiritual e comprometida a ceia do Senhor, como espaço de reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs. Considero que estamos precisando preparar melhor o povo para a confissão, e para o partir do pão e o beber do cálice. Mesmo o momento da oferta precisa ser melhor trabalhado; lembrem-se do que disse Jesus:
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu
irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua
oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então,
voltando, faze a tua oferta."
(Mt 5.23-24).
Conclusão:
Vivemos uma cultura de fazer o que me dá prazer, ou mesmo fazer o que me dá vantagens. Isso conspira contra o Evangelho; não foi assim que Jesus viveu.
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz."(Fp 2.5-8).
Ou ainda da auto-suficiência. Eu posso! Li num artigo que me inspirou a escrever este, que teve como autora uma missionária, Nancy Leigh Demoss, a seguinte história: "Alguém perguntou a um evangelista chinês que sofrera muito pela sua fé, e estava visitando os EUA pela primeira vez, o que mais o impressionara sobre a igreja no Ocidente. Ele respondeu sem hesitar: "O que mais me impressiona é o quanto vocês conseguem realizar ... sem Deus!"
A pior desgraça da Igreja é se contentar com o pouco que consegue fazer com seus próprios esforços, se acostumar com a mediocridade. Convivemos com o pecado, naturalmente nos acostumamos a viver e a celebrar cultos sem reconciliação, sem nenhuma conversão ou sem nenhum sinal do poder do Espírito Santo. Nós não podemos ser Igreja Missionária sem um Avivamento. Não precisamos ter medo do Espírito Santo, ele é o Espírito de Jesus e é Santo, e espera que nos santifiquemos para que amanhã, Ele faça maravilhas no meio de nós (Js 3.5).
Mais uma vez ouçamos a palavra de Paulo à igreja da Galácia.
"Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi
Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes
o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo
começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? Terá sido em vão
que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. Aquele, pois, que vos
concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da
lei ou pela pregação da fé?" (Gl 3.1-5).
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