IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
Fundada em 15 de Junho de 1902

Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 400
Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20551–031     Tel.: 2576–7832


Igreja da Vila

Aniversariantes

Metodismo

Missão

Artigos e Publicações

Galeria de Fotos

Links


Palavra Pastoral
Rio, 11/11/2012
 

A Religião de Mercado e a Fé na Providência Divina

Pr. Edson Cortasio Sardinha


 


Marcos 12.38-44
O Evangelho de Marcos apresenta dois quadros que se relacionam entre si. O primeiro quadro é a exortação de Jesus sobre os escribas vaidosos que usavam da religião para aumentar o ego e roubar as casas das viúvas com a mentira de fazer longas orações. Eram longas orações com o propósito errado. O outro quadro é a fé de uma viúva pobre, que, acreditando na providência divina, entrega tudo que tem.
Não é por causa da religião de mercado que existe para retirar o dinheiro dos fiéis que o cristão irá justificar sua infidelidade a Deus nos dízimos e nas ofertas. Esta é a lógica destes dois quadros apresentados por Marcos no Evangelho de hoje.

I. A Religião de Mercado
O Senhor Jesus alerta contra as pessoas que usam da religião para tirar proveito próprio. Ele se refere aos escribas, pessoas que conheciam as Escrituras Sagradas e eram consideradas, em Israel, autoridades para interpretar a Bíblia. Eram profissionais da Palavra. Os escribas interpretavam e ensinavam a lei do Antigo Testamento e baixavam decisões judiciais sobre os casos que lhe eram apresentados. Jesus dizia: (38) "Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e das saudações nas praças; (39) e das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes". Era a religião de aparência, da honra humana e da vaidade (Mt 6.1,2, 5, 16). Jesus continua dizendo: (40) "os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo". Devorar casas das viúvas significava aproveitar da fragilidade das viúvas para retirar dinheiro ou mesmo se aproveitar de sua carência afetiva. Para justificar, faziam longas orações. Muitos homens e mulheres criam religiões para, através de dízimos, ofertas e contribuições, terem um enriquecimento ilícito. Outros usam da religião para elevar a vaidade e a prepotência religiosa sobre os outros. São cristianismos de aparência levantados para enganar, roubar e destruir, motivados pelo diabo (João 10.10).

II. A Fé na providência Divina
Após a severa crítica à religião de mercado dos escribas que roubavam viúvas, Marcos relata a fé de uma viúva que cria na providência divina. Este relato vem valorizar a fé corajosa de viúvas cristãs que, confiando no Senhor, entregavam suas ofertas de amor para o sustento da casa de Deus. Não é por causa dos escribas que roubam dinheiro que iremos faltar com a nossa fidelidade ao Senhor.
Jesus se assenta diante do gazofilácio e "observava como o povo lançava ali o dinheiro" (41). Existiam muitos ricos fiéis que "depositavam grandes quantias". Para ricos depositarem "grandes quantias" na casa do Senhor precisavam ser, no mínimo, sensibilizados pelo Espírito de Deus. Neste momento vem uma viúva pobre e deposita (42) "duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante". (Quadrante era uma moeda romana de cobre. Um quadrante equivalia a 1/64 da diária de um trabalhador). O Senhor Jesus não interrompe a fé daquela mulher, nem tem pena dela. Pelo contrário Ele a elogia e usa a fé da mulher para ensinar seus discípulos. (43) "E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes". Porque ela ofertou mais? Porque ela deu tudo que possuía. Foi a fé na providência divina. O Senhor Jesus diz: (44) "Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento". Na Casa de Deus ela desejou entregar tudo que possuía, todo o seu sustento. Para muitos discípulos já é um grande desafio ser dizimista, imagine seguir a fé desta mulher que "da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento". O segredo está na fé na providência divina. Será esta mulher morreu de fome? Será que ela sofreu por ter dado esta oferta na Casa do Senhor? Não. Ela, mesmo pobre, foi acolhida pelo favor de Deus, pela santa providência. Quando confiamos na santa providência, temos a graça do Senhor e o sustento dia a dia (Mt 6.3,4, 25-33; Ml 3.10).

Conclusão:
O Evangelho apresenta a religião de mercado e a religião do coração. Os escribas usam do poder religioso para devorar casas de viúvas. Esta é a religião de mercado. Uma pobre viúva, diante da Casa do Senhor, deposita em oferta tudo que tem. Esta é a religião do coração. Somos discípulos e discípulas, que, sustentando a Missão com os nossos dízimos e ofertas, anunciamos ao mundo a fé na providência divina e procuramos viver a religião do coração.

Voltar


 

Copyright 2006® todos os direitos reservados.