IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
Fundada em 15 de Junho de 1902

Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 400
Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20551–031     Tel.: 2576–7832


Igreja da Vila

Aniversariantes

Metodismo

Missão

Artigos e Publicações

Galeria de Fotos

Links


Metodismo
Rio, 2/8/2014
 

Os 25 Artigos de Religião do Metodismo - Artigos 16º ao 20º - Os Sacramentos

Pr. Edson Cortasio Sardinha


 

Um dos fundamentos da Doutrina Metodista são os 25 Artigos de Religião. Eles foram escritos pela Igreja Anglicana. Foi um trabalho do Arcebispo Tomás Cranmer (1489-1556). No ano de 1552, no Reinado de Eduardo VI, Cranmer escreveu os 42 Artigos de Religião. Em 1570, no reinado de Elisabete I os Artigos foram revisados e passaram ao número de 39. Wesley, devido a formação da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte (1784), revisou os 39 Artigos, eliminando as partes que não se aplicavam aos Estados Unidos e que favoreciam a predestinação. Assim a Igreja ficou com apenas 25 Artigos de Religião. 

Hoje iremos reler os Artigos 16º ao 20º que falam dos Sacramentos.

Artigo 16º - Dos sacramentos: "Os sacramentos instituídos por Cristo não são somente distintivos da profissão de fé dos Cristãos; são, também, sinais certos da graça e boa vontade de Deus para conosco, pelos quais Ele invisivelmente opera em nós, e não só desperta, como fortalece e confirma a nossa fé n’Ele. Dois somente são os sacramentos instituídos por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho, a saber: o Batismo e a Ceia do Senhor. Os outros cinco, vulgarmente chamados sacramentos, a saber: a confirmação, a penitência, a ordem, o matrimonio e a extrema unção, não devem ser considerados sacramentos do Evangelho, sendo, como são, em parte, uma imitação corrompida de costumes apostólicos e, em parte, estados de vida permitidos nas Escrituras, mas que não tem a natureza do Batismo, nem a da Ceia do Senhor, porque não têm sinal visível, ou cerimônia estabelecida por Deus. Os sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, mas para serem recebidos dignamente. E somente nos que participam deles dignamente é que produzem efeito salutar, mas aqueles que os recebem indignamente recebem para si mesmos a condenação, como diz S. Paulo. (I Coríntios 11.29)".

Os Sacramentos não são simples ordenanças de Cristo. São meios de Graça. Através dos Sacramentos, Cristo opera invisivelmente nos crentes. Os Sacramentos também não operam se a pessoa não participar dignamente. Exige uma resposta humana através da fé e da Santidade. 

Artigo 17º - Do Batismo: "O Batismo não é somente um sinal de profissão de fé e marca de diferenciação que distingue os cristãos dos que não são batizados, mas é, também, um sinal de regeneração, ou de novo nascimento. O batismo de crianças deve ser conservado na Igreja".

O Batismo, como a Ceia do Senhor, não são somente ordenanças. São meios de Graça; sendo o Batismo um sinal da nossa regeneração.

Artigo 18º - Da Ceia do Senhor: "A Ceia do Senhor não é somente um sinal de amor que os cristãos devem ter uns para com os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, para quem reta, dignamente e com fé o recebe, o pão que partimos é participação do corpo de Cristo, como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo. A transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na ceia, é a fé. O sacramento da Ceia de Senhor não era, por ordenação de Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado".

Este artigo fala contra alguns teólogos protestantes que defendiam a Santa Ceia apenas como um memorial ou sinal da morte de Cristo como por exemplo  John Knox (1514-1572).

Também afirma que somos contrários a teologia católica da transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor. Esta crença "destrói a natureza do sacramento" e dá "motivos a superstições". Os católicos adoram o pão e o chamam de Cristo Sacramentado, pois acreditam que na missa o pão e o vinho se transformam em carne e sangue de Cristo. 

 

A Santa Ceia só tem eficácia para quem participa "reta, dignamente e com fé". Para estes a Santa Ceia é a participação do corpo e sangue de Cristo. 

Cremos na Consubstanciação. Este é o termo que indica a crença na união local das substâncias do corpo e do sangue de Cristo com a substância do pão e do vinho. Assim sendo, o verdadeiro corpo e sangue de Cristo se encontram presentes real e localmente EM, COM e SOB a substância do pão e do vinho sem modificá-las (transformá-las). Durante a pré-reforma inglesa no século XIV, a consubstanciação foi adotada como doutrina pelos Lollardos. Segundo o pensamento de Lutero, durante a consagração, a substância do corpo e sangue de Cristo se une a substância do pão e do vinho, permanecendo unidos unicamente após a consagração e durante o uso do sacramento.

O Artigo 18 declara que "O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual". 

O artigo também é contra levar os elementos da Ceia do Senhor em procissão e eleva-lo para ser adorado. 

Artigo 19º - De ambas as espécies: "O cálice do Senhor não se deve negar aos leigos, porque ambas as espécies da Ceia do Senhor, por instituição e mandamento de Cristo, devem ser ministradas a todos os cristãos igualmente".

O Concílio de Latrão IV determinou em novembro de 1215, que somente o padre poderia tomar o vinho da Santa Ceia. O Concílio de Trento (1545-1563) ratificou esta crença. 

A Doutrina do Artigo 19º defende que o Cálice do Senhor precisa ser entregue a todo o fiel. A verdadeira Ceia do Senhor é com vinho e pão para todos.   

Artigo 20º - Da oblação única de Cristo sobre a cruz: "A oblação de Cristo, feita uma só vez, é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por todos os pecados de todo o mundo, tanto o original como os atuais, e não há nenhuma outra satisfação pelo pecado, senão essa. Portanto, o sacrifício da missa, no qual se diz geralmente que o sacerdote oferece a Cristo em expiação de pecados pelos vivos e defuntos, é fábula blasfema e engano perigoso".

A Doutrina da Missa, que permanece até hoje, afirma que em cada Eucaristia Jesus é sacrificado. Cristo é oferecido como sacrifício. 

O artigo 20º deixa claro que esta crença é uma blasfema e um engano perigoso. Jesus morreu uma única vez para a salvação de todo o que crê.

Conclusão: 

Os Sacramentos precisam ser recebidos da forma como foram ensinados pelo Senhor Jesus. Estes artigos de Religião defendem uma volta ao Evangelho de Cristo. São nas Sagradas Escrituras que encontramos o caminho para uma fé viva e transformadora.  

Voltar


 

Copyright 2006® todos os direitos reservados.