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Rio, 7/11/2015
 

A Influência do Judaísmo na Igreja Cristã: Parte V - A Destruição do Ramo Judaico na Igreja de Cristo

Pr. Edson Cortasio Sardinha


 

Como vimos no artigo anterior, a Igreja Cristã nasceu em berço judaico. Desde Atos 15 a igreja passou a ter dois ramos: O ramo judaico e o ramo gentílico. Os apóstolos, todos judeus, permitiram que o ramo gentio vivesse como gentio observando apenas quatro regras (Atos 15.28-29): Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. 

A Igreja do primeiro século tinha os dois ramos: Judaico (judeus messiânicos) e gentílico. 

No ano 90d.C ocorre uma reforma do judaísmo sob liderança dos fariseus. Nesta reforma, o movimento messiânico (ramo judaico do cristianismo) foi oficialmen-te excluído no Sínodo Rabínico Jamnia sobre a liderança dos rabinos famosos como Jochanan Bem Zakkai e Gamaliel. Contudo, uma fortaleza judaico-messiânica, sob a liderança de Yeshua, foi mantida até o início do século IV, na porta de Sião da Antiga cidade de Jerusalém.

Vimos também que no início do século II, fora da Palestina, os judeus tornaram-se uma minoria desesperançada, e isso era mais real para os judeus Messiânicos. A relação entre a Igreja do ramo gentio e do ramo judaico começou a desaparecer até porque os gentios cristãos não queriam ser identificados com os judeus Messiânicos.

 A partir do ano 200 d.C aparece uma nova teologia para dar razão a separação entre os dois ramos da igreja. Esta teologia foi chamada de Teologia da Substituição. Os Pais da Igreja foram fies a esta teologia proibindo qualquer sobrevivência do ramo judaico e perseguindo qualquer iniciativa dos judeus messiânicos. Com isto este movimento foi abolido e destruído na igreja pela própria igreja gentílica.

Veja o que os Pais da Igreja escreveram sobre o ramo judaico: 

Eusébio: Disse que os Judeus costumavam matar as crianças dos cristãos nas cerimônias anuais. Disse ainda que "As escrituras judaicas são destinadas aos cristãos e não aos Judeus".

Marcion: Qualquer cristão que utilizasse um símbolo judaico, "um nome judaico", ou realizasse qual-quer celebração judaica, seria considerado cúmplice da morte de Cristo juntamente com os Judeus.

Crisóstomo (bispo de Antioquia escreveu oito sermões contra o povo judeu): "As sinagogas são zonas de meretrício e teatro, cheio de ladrões e bestas selvagens. Os Judeus são culpados da morte de Cristo". "Não há expiação para o povo judeu. Deus sempre os odiou. Os cristãos devem odiá-los porque eles foram assassinos de Cristo e são adoradores de satanás".

Justino Mártir: Acusou os Judeus de iniciarem a matança de cristãos. "Se alguém, por fraqueza de espírito, resolver observar as instituições como foram entregues a Moisés, e das quais esperam alguma virtude, mas que julgamos terem sido indicadas em razão da dureza dos corações, juntamente com sua esperança neste Cristo, e desejarem cumprir os eternos e naturais atos de justiça e piedade, mas optam por viver com os cristãos e os fiéis conforme declarei anteriormente, não os introduzindo a serem circuncidados como eles próprios, ou a observarem o Shabat, ou a observarem qualquer outra cerimônia, sou da opinião que não devemos reunir a eles e não associarmos a eles em todas as coisas, como parentes e irmãos.

Orígenes: Acusou o povo judeu, dizendo que eles conspiravam para matar os cristãos.

Hilary de Potiers: Disse que os Judeus eram um povo perverso, amaldiçoado por Deus.

Ephraim: Difamava os Judeus chamando de prostíbulos as suas sinagogas.

Cirilo:  Deu aos Judeus a escolha de exílio, apedrejamento ou conversão.

Jerônimo (Tradutor-da-Vulgata): Disse que os Judeus não são capazes de compreender as escrituras e devem ser perseguidos severamente até serem forçados a confessar a verdadeira fé. 

Agostinho: "Os Judeus e a nação de Israel são apenas testemunhas da verdade do cristianismo, serviram apenas para deixar o legado da fé e da verdade cristã. Agora deveriam estar em constante humilhação quanto ao triunfo da igreja sobre a sinagoga. Não há salvação para os Judeus. Eles já estão perdidos de qualquer forma." "O judaísmo é uma corrupção e os Judeus devem ser escravizados".

Até ao concílio de Nicéia, a Páscoa cristã era ce-lebrada ao mesmo tempo que a Pascoa judaica. No entanto o ódio de Constantino aos judeus (segundo relato do seu historiador predileto, Eusébio Livro V Cap XXIII e seg) levou-o a decretar que a Páscoa cristã passasse a ser celebrada no primeiro domingo da lua cheia após o equinócio da Primavera. 

Esta mentalidade antijudaica permaneceu até mesmo nos reformadores. Lutero dizia: "Os cristãos de-vem queimar as sinagogas e os Judeus. Devem tirar os livros e os Talmudes deles, pois esses contém somente mentiras e blasfêmias. Devem ameaçar de morte os rabi-nos que ensinam isto. Devem proibir os Judeus de viajar. Devem obrigar os Judeus a trabalhar em serviço manual e não adquirirem profissão".

"Os Judeus são arrogantes, teimosos e de coração de ferro como os demônios". "Que faremos, nós cristãos, com este povo rejeitado e condenado, os Judeus?". “...Vou dar-lhes o meu conselho sincero: primeiro, atear fogo às suas sinagogas, em honra ao nosso Senhor e à cristandade, de modo que Elohim veja que somos cristãos... Aconselho que as suas casas sejam arrasadas e destruídas...Aconselho que os seus livros de orações e escritos talmúdicos lhes sejam arrebatados...Aconselho que seus rabinos sejam proibidos de ensinar, sob pena de perderem a vida e serem mutilados...Acreditamos que o nosso Senhor Jesus Cristo dizia a verdade ao falar sobre os Judeus que não O aceitaram e O crucificaram: ‘Sois uma raça de víboras e filhos do demônio...’". Li e ouvi muitas histórias relativas aos Judeus que estão de acordo com este juízo de Cristo. Isto é: que envenenaram poços, assassinaram, sequestraram crianças... Ouvi dizer que um judeu mandou a outro judeu por intermédio de um cristão, um recipiente cheio de sangue, juntamente com um barril de vinho no qual depois de bebido até o fim, encontrou-se um cadáver de um judeu.

Bibliografia: 

Dubnow, Simon. Manual de la história Judia. Buenos Aires, Ed. S. Sigal, 4ª Ed. 1955. 

David H. Manifesto Judeu Messiânico. Rio de Janeiro. Comunidade Emanuel, 1989. 

Wallis, Jim. O Messias Judeu para os Judeus. São Paulo, Ed. Or Chadash. 

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