IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
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Rio, 21/5/2016
 

Dia de Corpus Christi e os Metodistas

Pr. Edson Cortasio Sardinha


 

Na semana passada me perguntaram se o feriado de Corpus Christi era bíblico e evangélico.

Este feriado é unicamente católico. Não tem a ver com a Bíblia, nem com a tradição evangélica.

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que a Igreja Católica comemora a Doutrina do Sacramento da Eucaristia através de procissões pelas ruas. 

A Festa de Corpus Christi surgiu no século XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que disse que havia recebido visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.

A lenda diz que, quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. Este pão se transformou em objeto de adoração e passou a ser chamada de relíquia de Bolsena.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia  Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11/08/1264 o Papa aprovou a bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. 

Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido freira Juliana de Mont Cornillon e acreditava em suas revelações.

Em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no século XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”, em homenagem a esta festa católica. 

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade.

Esta festa católica desencadeou várias outras adorações à eucaristia: as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório, por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens ao pão e ao vinho. 

Esta tradição deu origem a outras lendas como no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália).

Sabemos que um dos fundamentos da Doutrina Metodista são os 25 Artigos de Religião. Eles foram escritos pela Igreja Anglicana. Foi um trabalho do Arcebispo Tomás Cranmer (1489-1556). Wesley, devido a formação da Igreja Metodista Episcopal na América do Norte (1784), revisou os 39 Artigos, eliminando as partes que não se aplicavam aos Estados Unidos e que favoreciam a predestinação. Assim a Igreja ficou com apenas 25 Artigos de Religião.  

O Artigo 18º - Da Ceia do Senhor diz: "A Ceia do Senhor não é somente um sinal de amor que os cristãos devem ter uns para com os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, para quem reta, dignamente e com fé o recebe, o pão que partimos é participação do corpo de Cristo, como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo. A transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na ceia, é a fé. O sacramento da Ceia de Senhor não era, por ordenação de Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado".

O Artigo 18 declara que "O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual". O artigo também é contra levar os elementos da Ceia do Senhor em procissão e eleva-lo para ser adorado como no Dia de Corpus Christie.

O Artigo 19º fala: - De ambas as espécies: "O cálice do Senhor não se deve negar aos leigos, porque ambas as espécies da Ceia do Senhor, por instituição e mandamento de Cristo, devem ser ministradas a todos os cristãos igualmente".

O Concílio de Latrão IV determinou em novembro de 1215, que somente o padre poderia tomar o vinho da Santa Ceia. O Concílio de Trento (1545-1563) ratificou esta crença. 

Louvamos a Deus pelo Sacramento da Ceia do Senhor, contudo, não aceitamos a idolatria que é praticada com os seus elementos através das procissões e adorações, principalmente a praticada no dia de Corpus Christie. 

Fonte: Aquino, Felipe – Qual a origem da festa de Corpus Christi In: http://cleofas.com.br/qual-a-origem-da-festa-de-corpus

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