Cristianismo não é uma filosofia de vida que se aprende com a leitura da Bíblia e a firme decisão de seguir os preceitos e orientações que ali se encontram. Por melhores que sejam, são conceitos que sozinhos se resumem apenas a palavras bonitas, reflexões de vida que atraem e promessas a cumprir. O promitente tem que tirar água de pedra, ou se enganar profundamente, para ser aos seus olhos um fiel cumpridor do que, convenhamos, é grande demais para qualquer sincero mortal.
Seu relato na Bíblia não é também um livro de ideias mortas, um conto de carochinha, uma história que um dia teve sentido e hoje é de um passado infantil. No meio de qualquer biblioteca a Bíblia em sua narrativa do cristianismo será apenas mais um livro somente se for pega da estante assim com um olhar incrédulo e morto de vida, vida que nos dá e pede esperança. Assim como a rosa dada de presente só encantará a moça que a recebe se ela tiver um olhar de vida e paixão – do contrário será apenas um vegetal morto; do papel e tinta não emergem esperança se o olhar for seco de crença e fé.
O cristianismo também não é um conjunto de regras de convívio e auxílio ao próximo. Sua regra áurea, de amar o próximo como a si mesmo, expressa e contada tantas vezes dentro e fora dos arraiais cristãos, não tem efeito real e profundo se for traduzida em ações sem o necessário amor. E o amor ágape não se consegue por vontade, mas pelo Espírito.
Desde o espírito que foi soprado para dar vida ao ser humano até o que guia Jesus ao deserto, e aquele que fortalece os discípulos na sua primeira grande pregação, Javé sem Espírito Santo é inconcebível.
Cristianismo é ter o sobrenatural em nossas vidas através de uma experiência que nos transforma de uma coisa em outra. Um dia, um momento, um culto, ou programa de rádio, e daí um olhar que se abre para o novo de Deus que nos conecta com sua criação e vontade. Sem isso, somos veia sem sangue, carro sem combustível, que desce a ladeira da vida sem que de fato tenha algum motor em real funcionamento já que falta o principal.
Sem Espírito é possível fazer muito cristianismo, mas nunca sê-lo de fato, o que é importantíssimo. Querer o Espírito de Deus é o ponto central. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 16:5) e diz “eu vou para enviar o Espírito Santo a vós” (Jo 14:16) .
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