Recentemente preguei aqui em Vila Isabel sobre a necessidade de termos uma maior quantidade de membros em nossos cultos, no nosso rol de membros. O número de membros sempre foi e sempre será uma informação importante na igreja. No episcopado do Bispo Paulo Lockmann os pastores recebiam anualmente da parte dele um alvo de quantidade de membros para crescer para o ano seguinte, e nos anos finais de seu episcopado já se falava em um milhão de discípulos. Caso mais claro da importância dos números na igreja é o livro de Rol e a estatística local, esta anualmente enviada para a administração regional.
Uma das repercussões que recebi daquela pregação foi de um membro incomodado com o fato de que trazer membros para a igreja poderia diminuir a qualidade dos membros na média, pois quem entraria não seria necessariamente um metodista, quiçá um crente. Ponderei com ele que era justamente o não crente o alvo de nosso crescimento. Podemos até receber os crentes de outra igreja, mas o objetivo do evangelho é salvar almas e não mudar de igrejas as que já se encontram salvas.
Claro é que não se aumenta uma igreja apenas com os próprios membros. Há a necessidade de buscarmos os de fora e torna-los seguidores de Jesus. Porém segui-Lo pode ser de longe, de perto ou ainda mais próximo, como um discípulo amado. Cada um pode escolher a distância que quer ficar de Jesus, com impacto imediato em sua alegria de viver o evangelho: quanto mais perto de Cristo, mas alegria em crer e viver de acordo com o que Ele nos deixou.
No plano citado, de um milhão de discípulos, esse termo “discípulo” muitas vezes escapava a quem rapidamente lia apenas o número. O objetivo desse plano não era apenas crescer em número, mas em qualidade, pois discípulo é diferente de membro de igreja. O processo proposto pelo então Bispo Paulo era de aumentar a igreja em quantidade junto com o aumento de qualidade.
E aí que entra o desafio da qualidade: fazer o crente, tanto o novo como o velho de igreja, entender o chamado de Cristo para além do simples conhecê-lo. Além do simples orar e ler a Bíblia. Além da religiosidade da oração às refeições. O encontro com Ele numa atitude mais profunda, aquela que de vez em quando acontece quando estamos nas tribulações.
Qualidade é de suma importância. É ela que produz bons pregadores. É dela que nasce um Lutero, um Wesley ,um Billy Graham e outros tantos. Mas ela só acontece sobre a quantidade, sobre aqueles que se convertem.
De forma que a discussão proposta regularmente sobre quantidade ou qualidade é tão vã quanto perguntar se o coração é mais importante que o pulmão ou vice-versa, sabendo todos nós que um não vive sem o outro e que um se alimente do trabalho do outro.
Crescer em um e em outro é o tema da igreja, de qualquer igreja, de qualquer denominação. Com todos os percalços do processo e da caminhada de conquista e formação de discípulos. A ordem foi clara “Ide e fazer discípulos”.
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