6. PAGAR O DÍZIMO E ISENTAR-SE DE OUTRAS RESPONSABILIDADES.
O pagamento do dízimo não é o ponto máximo da responsabilidade para com a Igreja. É parte da responsabilidade cristã, o que não isenta o dizimista de outras responsabilidades para com a comunidade. Afirmar que por dar o dízimo não mais precisa colaborar com outras atividades ou campanhas da Igreja é também uma compreensão legalista do ato de dizimar. O pagamento do dízimo deve ser o início do cumprimento da responsabilidade de cada um para com a igreja, principalmente para com a comunidade na qual está inserido. (Conferir Mateus 23.23).
Concluímos entendendo que um conceito errado do que é Igreja pode levar a pessoa a conceitos errados quanto a aplicação do dízimo. É muito difícil, reconhecermos, encontrar uma definição precisa do que é Igreja. Como a vemos no Novo Testamento, principalmente como um novo povo de Deus fundado por Jesus em continuidade com o Antigo Testamento, a Igreja é uma comunidade formada por seguidores de Cristo e que se congrega para adoração a Deus.
A Igreja não é uma instituição filantrópica. Não existe com a finalidade de fazer caridade. Os templos não são “casas de caridade” nem seus membros são chamados com a tarefa específica de “dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede”. A caridade cristã é um fruto do Espírito a ser produzido pelo cristão em particular ou pela igreja, na união dos esforços nesse sentido. É coisa secundária na vida da Igreja. Em primeiro lugar, a Igreja deve existir em si mesma como assembleia do povo de Deus, convocada por Ele e reunida diante dEle.
Assim, entendemos que a principal finalidade do dízimo é a manutenção desta comunidade de fé que é a Igreja e, consequentemente, o culto a Deus para o qual as pessoas devem ser convidadas. (Mateus 28.19-20). A tarefa de evangelização da Igreja, onde ela é chamada a sair de si mesma e se envolver no trabalho de Deus e na construção do Seu Reino, certamente está ligada com o fator sustento. Ela deve existir em si mesma para poder dar de si. A Igreja é um corpo, uma entidade que subsiste neste mundo, mas pela sua natureza profunda já pertence ao mundo do futuro. Em certo sentido, a Igreja é a antecipação do novo mundo.
A filantropia cristã não é eclesiástica. Ela é praticada pelo cristão como fruto de sua fé e de seu amor ao próximo. A missão da igreja não é de dar o peixe, mas ensinar a pescar. Assim o dízimo não é utilizado para comprar peixes, mas ao esforço para a formação de pescadores.
No próximo mês daremos continuidade a esse assunto.
* Adaptação do livro “A Décima Parte”.
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