“Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que for necessário; para não suceder que estando eu farto, te negue e diga: quem é o Senhor? Ou que empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.” (Provérbios 30.8-9).
As palavras de Agur mencionadas em Provérbios 30.8-9 demonstram toda a tranquilidade de uma vida totalmente entregue ao Senhor. Uma atitude de dependência de Deus confiante em sua fidelidade para conceder o suficiente para a sua sobrevivência. É um fato que a palavra do Senhor Jesus, se buscarmos o seu Reino em primeiro lugar (Mateus 6.31-33), deixando-o governar nossa vida com a garantia de que as outras coisas nos serão acrescentadas, nem sempre são recebidas com a fé necessária.
Com a ajuda do devocionário Nosso Andar Diário, refleti recentemente sobre o quanto Agur estava certo. Compartilho a seguinte reflexão: nunca haverá real satisfação se tivermos tudo o que precisamos sem Jesus estar no topo da lista. A auto-sufiência nos priva de buscarmos aquilo que realmente necessitamos e somente Ele pode nos dar. O povo de Laodiceia se tornou tão rico, que esqueceu o quanto eles precisavam de Jesus (Apocalipse 3.17).
Salomão era um homem extremamente rico que tentou encontrar o paraíso na Terra. Tinha os recursos para viver uma vida tão luxuosa quanto desejasse (Eclesiastes 2.1-10). Ainda assim ele não estava satisfeito. Desiludiu-se tanto com a vida que a descreveu com apena uma palavra – vaidade (ou sem sentido). E repetiu a palavra 8 vezes somente no segundo capítulo de seu livro. Sentia-se vazio e insatisfeito, entendendo que todo o seu esforço era fútil, pois chegaria o dia em que teria que renunciar todos os seus bens e deixá-los para outra pessoa (v.18).
Uma congregação fez durante um momento de confissão em conjunto a seguinte oração: “Gracioso Deus, assim como muitos cristãos antes de nós, reclamamos quando o que queremos não acontece do nosso jeito. Desejamos tudo em abundância, em vez daquilo que é suficiente para nos mantermos”.
É uma negação do ensino cristão enfatizado por nosso Senhor e Salvador Jesus a ênfase exacerbada no paraíso na Terra e ainda achar que o Senhor Deus tem a obrigação de nos conceder tal paraíso. A prosperidade pode até afastar o nosso coração do Senhor.
Quando um grupo de exilados judeus voltou da Babilônia com Neemias para reconstruir os muros de Jerusalém, reunidos oram confessando seus pecados e dos seus antepassados, reconhecendo que “na muita abundância que receberam do Senhor, não o serviram e nem se converteram de suas más obras.” (Neemias 9.34-35).
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