Mentiras diabólicas acerca do pecado - Jo 8.44
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus;
e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.Is 59.2
1) Introdução
Advertências bíblicas sobre o pecado.
Primeiramente, devo dizer que a presente reflexão é o desenvolvimento de um artigo que li numa revista chamada Impacto, cujo título era “10 mentiras do Diabo acerca do pecado”. Não posso citar o autor, pois perdi a revista, não retive boa parte do conteúdo, apenas aproveito a temática, dando o conteúdo conforme o que Deus propôs ao meu coração. Algumas vezes se aproxima do que li, outras vezes se distancia bastante. A idéia começou a ganhar corpo, com o sermão que preguei sobre o tema no Encontro Ministerial, em novembro passado.
Devemos reconhecer que pregar contra o pecado está meio fora de moda. O importante para muitos líderes religiosos é deixar as pessoas confortáveis, felizes e prósperas; sim, a doutrina da prosperidade aniquila o conceito de culpa e pecado; isso são questões pessoais, você e Deus; o importante é investir, sacrificar, que então você vai ser recompensado. Se você é adúltero ou não, se você é um sonegador de impostos ou não, não interessa, o importante é quanto você está ofertando para o “Apóstolo”.
Mas voltemos à Bíblia, pelas advertências de Paulo e de Pedro. “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11.3) e “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8) E nós pastores, pastoras somos alvos atraentes, pois ao nos ferir, o inimigo fere o rebanho todo. O Profeta Isaías já fazia essas advertências aos líderes religiosos: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.(Is 1.13)”
2) O pecado traz realização
Todo o convite ao pecado vem embalado numa atração à realização e a grandes compensações. Há um processo mentiroso de racionalização. Somos levados a pensar que o pecado vai nos fazer mais feliz. “Com esta atitude você vai ter dinheiro para pagar a Universidade do seu filho. Olha que bênção”. “Com esta mulher você vai suprir sua carência, é só uma vez, ninguém vai saber”. São racionalizações mentirosas e malignas. Todos sabemos que o pecado é a causa de toda a miséria, violência e desgraça que se abate sobre a família humana. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.(Rm 6.23)
3) O pecado é facilmente derrotado.
Você já ouviu um fumante dizer: eu fumo, mas eu paro a hora que eu quiser. Como se abandonar o vício fosse coisa fácil. A grande maioria quando decide se livrar do vício, se dá conta que não é fácil. O mesmo com o pecado, nossa carne anseia pelo pecado. Ouçamos o testemunho de Paulo: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”. (Rm 7.18-19) Por isso, que a Bíblia mostra que o pecado é atraente e forte, e só o vencemos pelo poder sobrenatural de Deus, é o que ensina de novo Paulo: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”. e “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.(Rm 8.1-2 e 11). É o poder e ação do Espírito Santo quem nos dá condição de vencer o pecado e viver para Deus.
4) Você pode enfrentar o pecado sem recorrer a Cristo.
Com certeza você já ouviu pessoas dizerem: “há pessoas que não são crentes, e vivem uma vida moral reta”. Uma coisa é a moral humanista, ela tem padrões próprios, e muitos parecem atendê-los. Outra é uma vida aprovada aos olhos de Deus. Primeiro temos que deixar claro, somos todos pecadores: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.(Rm 3.23) Segundo, inda que os outros não vejam, nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto, diz as Escrituras. Assim, sem Cristo não pode haver vitória sobre o pecado. É necessário o novo nascimento, sermos novas criaturas, desfrutarmos do seu amor e de seu perdão: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 5.20-21)
5) Os padrões do Evangelho são impossíveis de se alcançar.
Acreditar nisto é crer que Deus é sádico. Nos deu princípios e mandamentos que de antemão, sabia que não conseguiríamos cumprir. Este tipo de racionalização é acompanhada de Jargões como: “Ninguém é perfeito”. São racionalizações que visam atenuar a consciência do pecador. Afinal, como Deus vai nos culpar de algo que é impossível? Quando o jovem rico se afastou triste, por não querer atender o desafio de Jesus. Os discípulos, diante da comparação de Jesus sobre como era difícil um rico entrar no Reino, perguntaram: “Então que pose der salvo?” (Lc 18.26) Jesus respondeu a frase conhecida: “ Os impossíveis para os homens são possíveis para Deus.” (Lc 18.27) Paulo nos dá a resposta verdadeira a esta outra mentira: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” (Rm 6.1-2) e “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” (Rm 6.11-14)
6) Você não precisa tratar do pecado na sua vida imediatamente.
Nós brasileiros temos por hábito cultural deixar sempre tudo para o último dia, assim são as declarações do imposto de renda, como matrícula na escola. Este hábito cultural se estende a vida cristã. Quem já não ouviu de alguém:”Um dia vou ser crente” “Um dia vou para a Igreja”. O que é isto senão deixar o tema dos pecados para depois? Isto não ocorre somente com pessoas não cristãs. Isto ocorre com membros de igrejas. Há crentes que não vão tomar a ceia, e admitem francamente que estão “mal” com Deus, ou seja, em pecado, e que não vão resolvê-lo agora, por isso não vão tomar a ceia. Atenção! A demora pode ser fatal, este pecado é a brecha que o Diabo deseja para atormentá-lo. Depois, quanto mais tempo praticamos um pecado, mais acostumado a ele, e menos pecaminoso este nos parece. Por outro lado, somos nascidos de novo e o pecado não combina com este estado de vida: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1Jo 3.9)
7) Posso pecar sem sofrer conseqüências.
Nosso humanismo com várias idéias cristãs, escorregam para um liberalismo permissivo, afirmando, Deus não vai condenar ninguém, afinal Ele é Deus de amor. Com isto aboliu-se para muitos o pecado. Afinal, onde não há condenação não houve infração, e não houve infração, porque não há mais pecado efetivamente. “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tiago 1.15); “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (rm 6.23) e “
Em entrevista, um diretor de novelas estava impressionado como os conceitos morais na sociedade brasileira haviam caído. O sentimento de impunidade que alimenta a corrupção é alimentado por nosso liberalismo em relação ao pecado.
8) Deus não vai me julgar, afinal todo o mundo faz o mesmo.
Este raciocínio é o do imitar o que é pior. Todos pecam e igualmente sofrem conseqüências do pecado. Tantas famílias que conhecemos viviam em pecado, e que por isso o lar era um inferno, e que agora aceitaram a Jesus e abandonaram o pecado, e porque não fazem mais como os outros, vivem para Deus e fogem do pecado, seu lar mudou, e vivem uma vida abençoada. O juízo neste caso antes de ser escatológico, é contemporâneo. Está diante dos nossos olhos.
9) Deus não vai me julgar, afinal não sou tão mal, e meu pecado não é tão grave como os do fulano.
É impressionante como somos capazes como Adão fez com Eva, de transferir a culpa para os outros, meu pecado é menor, quem errou, quem me induziu ao erro foi fulano. Quanto pecamos é pecadinho, quando os outros pecam, é pecado. “ (1 Jo 1.8) No fundo pedimos juízo para os outros e para nós misericórdia.
10) Deus vai perdoar sempre, Ele é Deus de amor, siga pecando.
Esta mentira maligna é a que constrói o caminho largo, tudo é fácil, tudo é permitido. Vejamos o que diz o Apóstolo Paulo: “E por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa.” (Rm 3.8) e “De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” (Rm 6.2) Neste quadro é que no mundo bíblico, Paulo teve de condenar algumas igrejas da Grécia, como Corinto: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.” (1Co 5.11)
11) Deus nunca vai perdoar você, portanto siga pecando.
Esta é outra mentira cruel, pois a pessoa já vive mal, dada a conseqüência do pecado em sua vida. Se defronta com o Evangelho, e lhe é sugerido que para o caso dela, não há salvação. Isto é heresia, pois afirmaria o caráter limitado do amor de Deus, e do sacrifício de Jesus. “Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (1Tm 1.14-15) e “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. (1Tm 2.3-6).
12) Conclusão
Você é responsável pelo que recebe de Deus. Ao ler este texto, você sentiu Deus falar com você? O ensino passado pelo bispo é bíblico e vem de Deus, não o guarde para você, compartilhe-o com a CLAM e com todos os membros de sua igreja.
Deus abençoe você.
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