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Rio, 21/4/2007
 

Educar é com os pais (Paulo Vendrami)

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EDUCAR É COM OS PAIS

Paulo Vendrami


Ensina a criança no caminho em que deve andar,
e ainda quando for velho, não se desviará dele (Pv 22:6)

Se você, mãe ou pai, um dia for colocado diante do dilema: trabalhar ou cuidar dos filhos pequenos, com certeza optará pela primeira alternativa. Mesmo que o dilema seja menos cruel e exigir apenas sacrificar uma parte do seu trabalho para estar mais com os filhos, a decisão em favor do trabalho é tomada sem hesita-ção. As crianças serão deixadas sozinhas em casa, com a avó, com vizinhos, com a empregada... Prover o sustento da família é mais importante. Em nossa sociedade este assunto hoje não se discute. Realizar-se profissionalmente, ter mais dinheiro em casa é prioritário.

O que acontecerá com estas crianças que crescem longe dos pais? O que legaremos a eles? Mais dinheiro, mais roupa, mais comida, mais casa. E eles, com todas estas coisas materiais, o que farão? Temos necessidade de pessoas profis-sionalmente realizadas ou pessoalmente realizadas? O desacerto de nossa sociedade é fruto da falta de cuidado pessoal. Mais do que consumir, as pessoas querem colo.

A crueldade com os recém-nascidos é retratada na própria lei relativa à gestante: são apenas quatro meses de licença concedidos à mãe. Como fica um bebê de quatro meses separado da mãe o dia inteiro? Como fica a mãe longe de seu filho bebê o dia inteiro?

Idéias de ontem, que coisa mais careta - você poderá pensar. No entan-to a coisa mais importante do mundo de hoje ou de ontem é educar. Educar no sen-tido de construir seres felizes, com suas necessidades emocionais satisfeitas. Quem pode dar isso senão os pais, ou melhor, a mãe? Esta tarefa não pode ser delegada. A omissão dos pais no trabalho de educar é a falta mais sentida na construção de uma personalidade firme e equilibrada. Mas a mentalidade materialista nos induz a pen-sar que a base material é o que importa. Bens se adquirem e se perdem. Na formação da pessoa humana, como no cultivo de árvores, as coisas devem acontecer na hora certa: o leite materno, o reconhecimento de gesto novo, a sensação absoluta de se sentir amada, a segurança de ter alguém perto, a mão que afaga e que põe limites, o olhar atento e também severo.

Pais nunca saem de moda, apesar de todos os gritos libertários. Na música popular, de vez em quando, aparecem letras muito comoventes de roqueiros ditos rebeldes. Pai não delega sua tarefa, nem mãe. Eles têm a autoridade natural de quem conhece suas crias antes de nascerem. O orgulho maior do filho é ter a consci-ência de que tem pais que se importam com ele. A emoção mais profunda é sentir que existe alguém a quem se deve ter respeito e carinho.

Ser pai dá trabalho, ser mãe dá muito trabalho. Daí é que muitos pais se omitem. Entregam o bebê na mão dos outros, delegam a tarefa de educar à escola, deixam que a "turma" eduque o adolescente, que a namorada ensine lição de coisas ao rapaz. Muitas energias são empregadas em criticar estas mesmas crianças "terrí-veis", ou "impossíveis", estes "adolescentes rebeldes" e com falta de "senso de limi-tes". Existe o muito conhecido ditado que diz: Pau que nasce torto...

A experiência com adolescentes em sala de aula me ensina uma verda-de elementar: educação se aprende em casa. Escola é lugar de multidão: se a criança não tem "qualidades de berço", será apenas "um mau elemento", uma pessoa inedu-cável, um caso perdido, ou simplesmente alguém que permanece na sombra. Tenho visto adolescentes que pedem por uma repreensão porque isto significa saberem que existem; rapazes carentes que esperam serem olhados nos olhos e ouvir: "muito bem, você está certo, vá em frente; você está errado, não faça mais isso". Conheci adoles-centes que mudaram de hábitos porque foram chamados a atenção.

Diz o ditado: "Filhos pequenos, pequenas preocupações, filhos gran-des, grandes preocupações". O senso comum qualifica os filhos como carga, obriga-ção, tarefa pesada. Se a criança for cuidada com amor, se tiver satisfeitas suas neces-sidades na infância, com certeza será independente e autônoma quando adulta. E aos pais transmitirá sensação de alegria e tranqüilidade. Um investimento de amor pro-duz a flor da alegria.

Estes pensamentos "caretas" têm a ver com a preocupação de que tudo começa em casa, de que o que se deve aos filhos não é apenas casa, carro, cama, rou-pa lavada, ou camisinha, mas a sensação de uma mão forte que afaga e também cor-rige. Cada vez há mais gente que gasta a sua vida para educar os filhos. Este certa-mente será o testamento que "as crianças" saberão apreciar como o mais importante. Isto dá trabalho, mas é o que dá sentido à vida. Esta é a contribuição que damos para melhorar o país: construir pessoas e comunidades felizes.

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