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Rio, 17/9/2007
 

Mitos, segredos e mistérios (Ec 3:1-8) - um sermão e um programa de Bodas de Prata

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Mitos, segredos e mistérios
(Bodas de prata de Dagmar e Clovis)
Eclesiastes 3.1-8


Luiz Carlos Ramos

Como todos sabemos, o Clovis é professor de Homilética (pregação). E há um sábio conselho homilético que recomenda: fale alto para ser ouvido, fale claro para ser compreendido, fale pouco para ser aplaudido. Falar alto não preciso, pois tenho aqui este microfone e estes alto-falantes. Quanto a falar claro, vocês é que terão de julgar. Resta-me então acatar a última recomendação e falar pouco – se bem que os aplausos poderão ser dis-pensados desta vez.

Bem irmãos e irmãs, hoje estamos comemorando as bodas de prata de Dagmar e Clovis. São vinte e cinco anos de uma incomum vivência comum. Incomum porque é cada vez mais raro os casais chegarem a este argênteo estágio.

O mito do casamento duradouro é cheio de segredos e mistérios. E é sobre isso que vamos conversar por alguns instantes. Gostaria aqui de tentar derrubar um mito, de contar um segredo e de desvendar um mistério, junto com vocês.

Um mito a ser derrubado
O mito a que me refiro é o Mito do Diálogo como sendo a razão para os relacionamentos duradouros. Definitivamente, não é por causa do diálogo que os casamentos duram mais, mas certamente é por causa de certos diálogos que alguns podem durar menos.

Todos os programas e cursos que trabalham com terapia de casais são enfá-ticos na recomendação do diálogo como receita para o sucesso no relacionamento a dois. Eu faria diferente, recomendaria mais enfaticamente ainda a terapia do silêncio.

Afinal, não são poucos os relacionamentos que chegam ao fim justamente por causa de palavras mal-ditas. Tive um professor que nos orientava a escrever pouco nas provas dissertativas. Ele dizia: “quem muito fala, muito erra”. No casamento também, pois esta sim é uma das provas mais difíceis. O próprio Jesus nos advertiu: “não é pelo muito falar que sereis ouvidos” (Mt 6.7), e os apóstolos não deixaram dúvidas: “a letra mata, mas o espírito vivifica” (2Co 3.6) – dizendo de outro modo: a palavra mata, mas o silêncio vale ouro.

Quando o diálogo se torna letra, isto é, lei, é a morte do amor, porque o amor é pura graça. Aquele beijo carinhoso no pescoço tem que ser dado de graça, e não como resultado de um acordo, de uma carta de intenções firmada pelo casal e formalizada no altar do diálogo. Como diria o Drummond, o amor é sem razões, e amor, com amor não se paga.

Um segredo a ser revelado
Dagmar é psicóloga e sabe bem do que eu vou falar agora. Dois de seus colegas de profissão, psicólogos como ela, escreveram, anos atrás, um livro, que se tornou muito popular, intitulado O corpo fala. Na verdade a tese do livro não é uma grande novidade, apenas confirma com linguagem mais ou menos psicológica o que muitos já sabiam intuitivamente: que o nosso corpo é muito mais inteligente do que nós mesmos.

Vou explicar melhor: eu, por exemplo, não tenho a menor idéia de como fazer a unha crescer, mas o meu corpo sabe; uma mãe não sabe fabricar um bebê, mas corpo dela sabe. Vejam a que conclusão lamentável cheguei, que até uma vaca é mais inteligente do que eu, porque eu não sei fazer leite, e ela sabe.

Assim também o nosso corpo sabe se comunicar muito melhor do que nós mesmos. O corpo consegue ser a expressão do nosso espírito. A nossa postura manifesta o estado da nossa alma. A Bíblia fala sobre isso: “como imagina em sua alma, assim o ser humano é” (Pv 23.7).

Nós somos o nosso corpo e, por essa razão, a palavra que seduz não é a que estimula os nossos neurônios, mas a que arrepia o nossa pele. O nosso principal órgão sexual são a pele e os ouvidos. Há palavras que nos tocam a alma e o corpo. Em geral, damos a essas palavras o nome de “metáforas” – uma palavra difícil pra descrever uma coisa tão simples: metáforas são palavras borboletas, e a borboleta é uma flor que aprendeu a voar, assim como a pipoca é uma pedrinha dura que, de repente, salta flor de algodão.

Nem sempre o nosso cérebro consegue identificar as palavras borboletas, mas o corpo não perde uma. O cérebro ainda não entendeu nada, e os poros e pelos já se eriçaram.

Depois de vinte e cinto anos, o corpo já não é o mesmo, tornou-se muito melhor. As rugas que vamos lavrando, uma a uma, são a expressão das muitas semeaduras e colheitas que, com esforço, cultivamos ao longo de nossa existência. São sinais das palavras que se fizeram corpo em nossos corpos, carne na nossa carne. Como a Fernanda Montenegro, deveríamos amar cada ruga do nosso rosto, porque nos custaram muito para serem es-culpidas, e dizem a nosso respeito muito mais do que podemos expressar por meio de palavras.

Este é o segredo: se honrarmos nossos corpos, sejam eles jovens ou madu-ros, seremos qual flor alada que alça vôo em pleno meio dia.

Um mistério a ser desvendado
Eu disse que tentaria derrubar um mito, revelar um segredo, e disse também que tentaria desvendar um mistério. O mistério é esse, “qual é o princípio do amor?”, como um relacionamento de vinte e cinco anos começa? Bem, o Universo surgiu com uma palavra: — Fiat luz. O casamento civil começa com uma declaração do juiz: — “Eu os declaro marido e mulher”; o religioso, com um gesto autorizado pelo sacerdote: — “Pode beijar a noiva”.

Mas eu não acredito que palavras produzam amor. E, embora confesse que goste da idéia de tudo poder começar com um beijo, sei que o beijo não é pra tanto. Então, qual é afinal o primeiro motor do amor? Meu palpite é que o princípio do amor é o olhar.

Imagino que um dia o olhar de Dagmar e Clovis se cruzaram. A partir de então um passou a morar dentro do outro. Só que este fato pouco ou nada tem a ver com oftalmologia. O olhar do amor não está relacionado com sensibilização da retina, nem com impulsos elétricos que o cérebro têm que decifrar. O olhar do amor é aquele que nos revela as novidades essenciais e eternas.

É uma pena que, com o correr dos anos, a tendência é desaprendermos a olhar e a limitamos essa experiência aos órgãos oftálmicos. Aqui, tenho que repetir Exupéry (porque ninguém se expressou melhor a esse respeito): o essencial continua invisível aos olhos! Há coisas que só vejo se fechar os olhos. E há olhares que só se percebem de luzes apagadas.

Curiosamente, depois de haver criado o universo e tudo o que ele contém, diz a Bíblia, Deus viu tudo e achou muito bom. A criação culmi-nou com o olhar extasiado de Deus, da mesma forma que o amor principia quando alguém contempla apaixonado, e acha a outra pessoa simplesmente divina.

Conclusão
Clovis, aprendi com o famoso pregador Spurgeon: “As lâmpadas não falam, brilham. [...] Que o sermão principal em sua vida seja a sua própria conduta”. Dagmar, que suas ações sejam cheias de graça, e seus gestos, flores aladas colorindo a vida no meio do dia.

A certa altura, o texto bíblico que lemos no início desta reflexão diz: “Há tempo de falar e tempo de calar”. E há um provérbio que aprendi de minha avó: “falar é prata, calar é ouro”. Vocês, Clovis e Dagmar, chegaram até a idade de prata. Oxalá esta festa e estas gentes que aqui vieram para abraçá-los os inspirem até que vocês cheguem às Bodas de Ouro. Pa-rabéns, e sejam felizes!

(Ah! Só mais uma coisa: Pode beijar a noiva!)


Ação de Graças pelo Matrimônio - Bodas de Prata
25 anos
Clóvis & Dagmar


Ação de Graças pelo Matrimônio
(Bodas de Prata — Clóvis & Dagmar)

Intróito
• Prelúdio e processional
[Instrumental: Ciranda (do folclore nordestino) & Cantata 140 de Bach, por Liséte Espíndola e Louise Junker]

• Acolhida
[Dirigente: Rev. Edson César]

• Cântico congregacional: Agradeço-te, Senhor
Agradeço-te, Senhor
Pois tu és bondoso.
Tua misericórdia
Dura para sempre.

• Leitura bíblica: 1 João 4.16
E nós conhecemos o amor que Deus nos tem.
Deus é amor, e aquele que permanece no amor
permanece em Deus, e Deus nele.

• Oração
[Dirigente: Rev. Marcos Munhoz da Costa]

Declaração
[Dirigente: Revda. Yona da Silva]
O matrimônio é um estilo de vida cujo fundamento é o amor de Deus. É o seu dom para nós, para ajudar o homem e a mulher a en-contrar companheirismo, auxílio e conforto. É também um meio de graça, pelo qual o marido e a mulher, vivendo juntos em lealdade, podem encontrar a plenitude do amor humano em ternura e respeito.

Clóvis e Dagmar, sua vida comum é um testemunho de seu amor neste mundo atribulado, um amor pelo qual a unidade supera a divisão, o perdão cura a injúria, e a alegria triunfa sobre a dor.

Dagmar e Clóvis, vocês estão aqui, hoje, para celebrar o seu 25o. aniversário de casamento e para reafirmar seu compromisso de amor. Nós nos regozijamos com vocês, e os apoiamos com nossas orações.

• Oração
Deus Eterno, rendemos-te graças por todas as maneiras pelas quais o teu amor nos enriquece: pela família e pelos parentes, cujo cuidado e confiança nos têm ajudado; pelos amigos e companheiros, cuja paci-ência e consideração nos têm trazido força e esperança.

Rendemos-te graças pelo amor dos teus filhos Clóvis e Dagmar. Preenche os seus corações com a presença de Cristo. Que eles sintam a alegria que tu dás e concede-lhes vida plena, no amor de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

• Música
[Mesmo na Tempestade (tema do filme “Irmão Sol, Irmã Lua”), interpretada por Emerson Neves]

Celebração da Palavra
• Leitura bíblica: Eclesiastes 3.1-8

• Cântico coral
[Dom do Amor, melodia folclórica norte-americana, arranjo de Hal H. Hoebson, paráfrase de 1Coríntios 13]

• Reflexão pastoral: Mitos, segredos e mistérios
[Rev. Luiz Carlos Ramos]

Ação de Graças
[Dirigente: Rev. Edson César da Silva]
• Cântico e apresentação do Grupo de Dança Litúrgica Mirian
[A essência de Deus de João Alexandre, interpretada por André Leme e Luciane Fonseca; dançari-nas: Bárbara, Camila, Gabriela e Maria Isabel]

• Participação especial
[Ana Caroline e Maria Isabel, filhas de Clóvis e Dagmar]

• Reafirmação dos votos pelo casal
[O casal expressa seus sentimentos diante da comunidade]
D: A congregação poderá, por favor, se levantar.
[Música instrumental: When I fall in love, de Nat King Colle, por Liséte Espíndola]

[O marido e a esposa se olham e dão-se as mãos. O marido diz:]
Eu, Clóvis, na presença de Deus, renovo meu compromisso com você, Dagmar, como seu esposo. Eu dou graças porque você faz parte da minha vida. Tudo o que eu sou e tudo o que eu tenho eu continuarei a partilhar com você. Seja o que for que o futuro nos reserve, desejo amar você e permanecer ao seu lado, enquanto Deus nos conceder vida.

[A esposa diz:]
Eu, Dagmar, na presença de Deus, renovo meu compromisso
Com você, Clóvis, como sua esposa. Eu dou graças porque você faz parte da minha vida. Tudo o que eu sou e tudo o que eu tenho eu continuarei a partilhar com você. Seja o que for que o futuro nos reserve, eu desejo amar você e permanecer ao seu lado, enquanto Deus nos conceder vida.

• Troca e bênção das alianças
[Dirigente: Revda. Yona da Silva]
[Interlúdio: Prayer de Linda Nolan, por Louise e Tércio Junker e Miguel Maiorino]

• Música
[Paz do meu amor, de Luiz Vieira, interpretada por Cláudia Cézar da Silva]

Afirmação da comunidade
[Dirigente: Rev. Edson César da Silva]

D: Familiares e amigos do casal Clóvis e Dagmar, congregados hoje a-qui, vocês estão dispostos a continuar a apoiá-los no seu casamento?

C: Nós estamos.


• Oração
Generoso Deus, teu Filho nos mostrou como devemos viver e nos convidou a amarmos uns aos outros como ele nos amou.

Nós oramos por Clóvis e Dagmar, que partilham tantas memórias e lembranças de um passado comum: de alegrias e risos, também de doenças e desapontamentos, mas em tudo perdoando e sendo perdoados. Dá que eles possam depositar sua confiança em ti, e guia-os, e guarda-os no futuro.

Deus amoroso, agradecemos-te porque em nossa vida terrena tu nos falas da vida eterna. Permite-nos conhecer-te mais profundamente, e amar-te mais ternamente, dia após dia, por Jesus Cristo nosso Se-nhor. Amém.

Pai nosso...

Bênção do casal
[O casal se ajoelha enquanto celebrantes e familiares os abençoam]

Sejam sobre vocês as riquezas da graça de Deus; que vocês continuem juntos em fé e amor; e recebam a bênção da vida eterna.

Que o Senhor os abençoe e guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre vocês; e lhes seja gracioso; que o olhar amoroso do Senhor repouse sobre vocês e lhes dê a paz. Amém.

• Bênção Final (cantada)
• Poslúdio e recessional
[Happy Day, de Philip Doddridge e Edward F. Rimbault, interpretado por Emerson Neves, Fer-nanda Calipo, Ingrid Espíndola e Liséte Espíndola]


* * *
[Celebrantes:
Rev. Marcos Munhoz da Costa,
Rev. Edson César,
Revda. Yone da Silva,
Rev. Tércio Junker,
Rev. Luiz Carlos Ramos e convidados]


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