IGREJA METODISTA EM VILA ISABEL
Fundada em 15 de Junho de 1902

Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 400
Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20551–031     Tel.: 2576–7832


Igreja da Vila

Aniversariantes

Metodismo

Missão

Artigos e Publicações

Galeria de Fotos

Links


Vida Cristã
Rio, 17/10/2007
 

Crescendo na comunhão e no serviço (Fp 2:1-4)

Bispo Paulo Lockmann


 

CRESCENDO NA UNIDADE (Fp 2:1-4)
Crescendo na comunhão e no serviço

A abertura do capítulo 2 é feita baseada no tema da Unidade. Tema com que ele encerrou o capítulo 1.

Paulo faz um apelo, tendo em vista a preocupação e interesse dos Filipenses com sua condição de prisioneiro. O uso de expressões como paraklesis (exortação-edificação, admoestação-consolação) e paramutheomai (consolação-conforto-dar ânimo) quase sinônimas, apontam não que Paulo está a exortá-los (no sentido de edificação), mas sim como eles podem exortar, edificar, consolar e confortar a Paulo em sua condição de prisioneiro. Esta é a direção que o texto grego dá à introdução ao capítulo 2.

A melhor tradução, e mais livre, seria assim. Se há para mim edificação em Cristo, algum consolo e conforto em amor, se temos verdadeira comunhão no Espírito, se há profundos sentimentos de amor e misericórdia entre nós irmãos (ãs): completai minha alegria de modo que penseis a mesma cousa... (Fp 2:1-2) Na verdade, no versículo primeiro, estão os considerandos para as recomendações feitas do segundo ao quarto versículo.

Paulo, aqui, está transferindo para a situação da igreja sua alegria, suas aspirações; não quer nada para ele; se eles estavam querendo satisfazer e atender Paulo na prisão, o melhor que fariam era ter unidade. Este pedido e recomendação traz à tona os problemas de grupos ou partidos que, embora menos graves do que Corinto, existiam também em Filipos.

Vejamos, aqui, o que estava atrapalhando a unidade da igreja em Filipos, trazendo o comentário de outros textos da epístola, que tratam igualmente da temática da unidade.

No primeiro capítulo já aparecem, nos versos 15-17, aqueles que pregam por inveja ou porfia, segundo Paulo, com desejo de suscitar tribulação às cadeias dele. Quem seriam estes? Segundo nos parece, e a alguns exegetas também, aqui estão retratadas pessoas que invejavam o ministério de Paulo, inclusive o carinho e devoção dedicados pela maioria da igreja em Filipos a Paulo. Estas pessoas se lançaram em uma obra evangelística, coisa que antes não faziam; e agora intentavam fazer em Filipos uma obra maior do que a de Paulo, ganhando com isto a atenção da igreja e causando, segundo elas mesmas imaginavam, inveja no apóstolo. Paulo declara se alegrar de todas as maneiras; mesmo discernindo a motivação equivocada; importava é que Cristo estava sendo pregado. No entanto, devemos sublinhar que a inveja continua sendo um sentimento altamente nocivo, pois é egoísta em sua essência, porque quem nutre este sentimento gostaria, na verdade, de estar no centro das atenções, no lugar da pessoa alvo de sua inveja. Para isto, tenta diminuir o outro, não se alegra com as vitórias e progresso nem do irmão ou da irmã. No fundo, todos estão querendo tomar o seu lugar. Assim, a inveja é um pecado grave e provocador de intrigas e desagregação na obra do Senhor.

Ainda no primeiro capítulo, vemos no verso 27 um apelo do apóstolo no sentido de que atuassem na expansão missionária em unidade. Isto revela que Paulo tomara conhecimento de haver entre eles ações desordenadas, estavam todos lutando pelo Evangelho, mas não juntos. Pois, do contrário, não teria sentido o apelo do apóstolo. Em resumo, estavam atuando como se fossem várias igrejas, cada grupo por si, com duplicação de esforços. Isto segue ocorrendo, apesar do propósito de Dons e Ministérios, que foi implantado para integrar as ações dentro Dos Ministérios, que foi implantado para integrar as ações dentro dos ministérios, e através das coordenações, juntamente com o pastor, definir os objetivos missionários da igreja, estabelecendo a parcela de responsabilidade de cada ministério, de modo que não haja duplicação de esforços; pelo contrário, haja unidade e avanço missionário.

Já no capítulo 2, verso 21, Paulo, ao apresentar Timóteo, que seria enviado depois de Epafrodito, denuncia alguns líderes que buscavam seus próprios interesses. O que é contraposto por Paulo é o testemunho de Timóteo e Epafrodito que eram líderes interessados em garantir os interesses da obra do Evangelho e da comunidade. Até hoje os interesses pessoais de líderes continuam conspirando contra a unidade e a expansão missionária. Precisamos ter sempre em mente que nossos líderes de ministérios, evangelistas, pastores e bispos, estejam imbuídos do propósito que Paulo viu em Timóteo: Porque a ninguém tenho de igual sentimento que sinceramente cuide dos vossos interesses. (Fp 2:20.) Obreiros e obreiras que estejam dispostos a dar sua vida pelo evangelho.

No capítulo 3, verso 2, Paulo usa a expressão mais dura, contra um grupo de judaizantes, que usara até então em qualquer de suas cartas. Pois os chama de tous Kúnas (os cães), Kakous ergatas (maus obreiros), ten Katatomém (mutilados). Na verdade estes judaizantes seguiam por onde Paulo ia organizando igrejas, e nestes lugares causavam um grande prejuízo, pois além de desacreditar Paulo, dizendo que ele não era apóstolo, ou que não era verdadeiro judeu, ensinavam que os gentios deviam observar o culto judaico com seus ritos, e principalmente se circuncidar. A circuncisão no mundo greco-romano era vista muito negativamente como mutilação, daí a expressão Katatomé (mutilação), e não a expressão correta peritomé (circuncisão). Com isto a exigência da circuncisão tornava-se um embaraço a que os gregos e romanos aderissem à fé cristã. A dificuldade de um grupo como os judaizantes era a presunção de serem os donos da verdade, os únicos certos e possuidores da revelação de Deus para a Igreja.
Bispo Paulo Lockmann. Filipenses, p. 31-35

Voltar


 

Copyright 2006® todos os direitos reservados.