Rev. Alberto Saraiva Sampaio
De acordo com a tradição protestante, o culto nunca deve acontecer sem a pregação da Palavra de Deus e a oração. Sendo que a pregação e o ensino da Palavra de Deus é a parte mais importante do culto, por ser um meio de graça para fortalecer os crentes no caminho da santificação.
Sendo assim, a pregação deve ser a mais eficaz possível, podendo se utilizar de todos os recursos de comunicação. Entende-se que comunicação é mais do que discurso, uma vez que ela acontece nos níveis verbal e não verbal. Ou seja, o anúncio do Evangelho acontece não apenas através da fala (discurso), mas também pelo que se demonstra. Estudiosos da comunicação afirmam que mais de dois terços da área cerebral humana é destinada ao processamento de informações visuais. Assim, cada vez mais, fica evidente a importância da comunicação visual. A combinação das cores é um importante elemento no estímulo à percepção visual humana.
Jesus utilizou as parábolas como recurso para estimular a imaginação (imagem + ação) de seus discípulos. Nós, sua Igreja, empregamos recursos visuais, principalmente na ornamentação de nossos cultos, com o objetivo de anunciar a Salvação, fruto da Graça. Então, como consequência da experiência acumulada ao longo da história da Igreja, o emprego das cores e de alguns símbolos nos lugares de culto, deixou de ser feito de maneira aleatória para ser usada com critérios estéticos e teológicos.
Símbolos Litúrgicos:
Pão: simboliza a união, o alimento, comunhão e partilha.
Vinho: fala de alegria, felicidade e do sangue de Jesus.
Água: símbolo de vida, batismo e purificação.
Azeite: unção, consagração, bênção, poder e cura.
Imposição das Mãos: autoridade, comunicação de bênção e missão.
Fogo: luz, calor, poder e provação.
Cruz: sacrifício, morte, mas também simboliza vitória.
Flores: festa, criação, homenagem e vida.
As Cores Litúrgicas:
As cores, juntamente com os símbolos litúrgicos, possuem um papel relevante na comunicação da história da redenção. A tradição histórica da Igreja convencionou o emprego das seguintes cores litúrgicas para decorar os espaços de culto:
ROXO – caracterizam as épocas do ano cristão dedicadas à reflexão, arrependimento e preparação: Advento e Quaresma. Roxo é a mistura de uma cor quente (vermelho) e uma cor fria (azul), isso é, representa a tensão própria dos períodos de expectativa: o já e o ainda não.
BRANCO – para os tempos de festa;
AMARELO – simboliza a divindade, luz, glória, alegria e vitória. Usada para celebrar a obra redentora de Cristo (Natal, Epifania, Páscoa);
VERDE – é a cor da natureza, da vida e do crescimento e é usado ao longo do Tempo Comum (ou da Criação), por ser uma cor que denota estabilidade e constância;
VERMELHO – símbolo do fogo e do sangue dos mártires, aponta para o testemunho e a missão no poder do Espírito Santo. É a cor das celebrações do Espírito Santo e da Igreja: Pentecostes, Dia da Reforma, ordenação e investidura de pastores.
O Ano Litúrgico
Ao longo dos séculos, convencionou-se uma estrutura para o Ano Cristão que se organiza em quatro grandes ciclos: Natal, Primeiro Tempo Comum, Páscoa e um Segundo Tempo Comum. O Ano Litúrgico (ou Calendário Litúrgico), não é uma ideia, mas uma pessoa: Jesus Cristo e o Seu mistério realizado no tempo, que hoje a Igreja celebra como memória, presença e profecia (cf. Dicionário de Liturgia. São Paulo: Paulinas, 1992, p. 58). O Ano Litúrgico se baseia, portanto, na história da salvação, cujo centro é o mistério pascal e a união em Cristo. A morte e ressurreição de Cristo é o evento histórico celebrado como memorial litúrgico, que atualiza a mensagem da salvação e desafia a comunidade de fé na direção da consumação do Reino de Deus.
O SENHOR nos abençoe e nos guarde!